sexta-feira, 30 de agosto de 2013

IGREJA-GINCANA: Não quero jamais pertencer a essa igreja!

IGREJA-GINCANA: Não quero jamais pertencer a essa igreja!


MANOEL dC


Ocorre à minha mente, que a sociedade é como uma grande gincana onde seus membros competem até à axaustão, culminando em alguns poucos “gatos pingados” que serão reconhecidos e premiados no final, para logo serem esquecidos e abandonados.

Desde muito cedo entramos no mundo competitivo, em um clima de concorrência além dos limites que conseguimos suportar. Isso acontece no jardim de infância, no colégio, na faculdade, na especialização, nos esportes, nos relacionamentos, na música e em todos os espaços da vida.

O mundo em que vivemos produz uma cultura opressiva, que extrai de nós multifacetados sentimentos ruins, o medo inconsciente de perder, e a ansiedade de não correspondermos às suas pressões e exigências inatingíveis de estética, fama, capacidade, competência e habilidade.

Delineia-se nitidamnte em nós o medo de não sermos reconhecidos, de não nos sentir plenamente adequados aos padrões impostos. Recrudesce impetuosamente esse sentimento latente de não sermos valorizados o suficiente pelo que fizemos, por mais que nos esforcemos para fazer o melhor, sempre aflora o medo de não sermos, no meio do qual estamos inseridos, o suficientemente capazes, engraçados, populares, ricos, interessantes, inteligentes, cultos, espirituosos, magros, musculosos, chiques, etc.

Não percebemos nem de longe o quanto somos marionetados por poderosos fios invísiveis que “querem fazer nossa cabeça” a qualquer preço.

A gigantesca mola propulsora dessa engrenagem chama-se consumismo. O consumismo por sua vez é retroalimentado pela força irresistível da propaganda que nos teleguia para comprar e obter mais e mais, apetrechos eletrônicos e bugingangas tecnológicas que jamais precisaremos e que, no fim das contas, não vão somar nem acrescentar nada de útil à vida.

PIOR QUE TUDO ISSO, É QUANDO ESSES CONCEITOS ESCOAM SUTILMENTE PELAS BRECHAS ABERTAS NA IGREJA E SE INSTALAM NO SEU MODO DE SER, SÓ QUE REVESTIDOS DAS MAIS SUBLIMES CAPAS DE ESPIRITUALIDADE, E COM RÓTULOS ATRATIVOS PINTADOS DA MAIS PURA SANTIDADE.

Entramos na igreja pensando em amar cada vez mais nosso querido Mestre, em crescer cada vez mais no relacionamento com Jesus e com os irmãos, em nos tornar cada vez mais livres dos vícios e pecados que nos escravizavam, mas quão cedo nos decepcionamos!

Porque é na igreja que vemos o imperativo do ter e poder, sobrepujando o simplesmente ser.

É na igreja que desmascaramos lobos vorazes disfarçados de ovelhas santificadas.

É na igreja que vemos proliferar como praga as ervas daninhas da fofoca, da maledicência e da suspeita.

É na igreja que vemos também existir a mesma concorrência asquerosa que existe na sociedade lá fora, “irmãos” competindo com “irmãos”, uns atropelando os outros, na conquista de mais reconhecimento e aplausos.

É na igreja onde a gincana é mais acirrada, no afã de se alcançar o prêmio de maior espiritualidade,de se ter maior quantidade de dons (principalmente aqueles que aparecem e promovem espetáculo).

É nessa Igreja-Gincana, que se vê a concorrência desigual por obter status perante a liderança, o desespero de irmãos que frequëntam vigílias com o intuito de serem vistos com mais “poder do alto”, no mais alto padrão de legalismo asfixiante.

Infelizmente ainda existem outras gicanas instituídas mais , como a corrida de saco de quem prega mais, a torta na cara de quem evangeliza mais, o futebol de sabão de quem ora mais, a briga de galo por obter mais discípulos aos quais possa mandar mais, a guerra de travesseiros de quem tem mais grupos, e a caça ao tesouro de quem tem a igreja maior, mais poderosa e mais rica.

E quem são os possíveis ganhadores dessa Igreja-Gincana? Certamente aqueles que se queixam de ser “filhos do Rei”, que reinvidicam “diante do trono” não terem nenhum tipo de crise, doença ou decréscimo financeiro, mas que também são os que mais vestem o disfarce da hipocrisia oficializada.

É por essa razão que muitos crentes/jogadores dessa Igreja-Gincana se cansam e ficam prostrados pelo caminho afora. São os que se sentem lesados, enganados, roubados, desclassificados e perdedores. São pessoas preciosas aos olhos de Deus que ficaram queimadas e agora remoem todo tipo de desilusão, fracasso e decepção.

Esses soldados feridos deixados pelo caminho, são os milhões de “crentes desviados” (é assim que a Igreja-Gincana os considera) e que se tornaram totalmente refratários a qualquer tipo de religiosidade que lembre, mesmo de forma distante, a igreja da qual saíram.

De onde menos se espera, é de onde se propaga com força de mandamento a venda de imagem. Nesse tipo de igreja, ao modo da sociedade, somos exigidos a sermos bonitos, bem vestidos (no mais requintado modelo burguês americano e europeu), espirituais, inerrantes (se só se suspeitar que pisou na bola, você está frito!), e mais enquadrados na visão de competição e concorrência conforme o mundo , não o Evangelho de Cristo.

NA VERDADE, A MAIORIA DAS IGREJAS DESSA GERAÇÃO PARECE QUE ESQUECEU DA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE SEGUNDO O EVANGELHO DE CRISTO.

O Evangelho de Cristo que desmantela de uma vez para sempre esse arremedo de igreja, a Igreja Competidora, a Igreja-Gincana, para erguer do meio dos escombros, a Igreja da Liberdade Consciente, que como Jesus, abraça com entusiasmado carinho os segundos, terceiros e enésimos lugares, e que vai gerar o exercício pleno da individualidade e desembocar na multiforme diversidade de dons, habilidades, caras, modos, jeitos, estilos e mentes, fruto da multiforme graça de Deus, tudo isso a serviço do mundo!

Termino aqui, lembrando do hino antigo que dizia:

“NÃO É DOS FORTES A VITÓRIA, NEM DOS QUE CORREM MELHOR;
MAS DOS FIÉS E SINCEROS QUE SEGUEM JUNTO AO SENHOR!




Manoel do Carmo é colaborador do Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/08/igreja-gincana-nao-quero-jamais.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Reforma Protestante deve continuar

A Reforma Protestante deve continuar

Ouvi, alhures, um famoso ex-presbiteriano e ex-defensor da Bíblia Sagrada — o qual tem desabsolutizado e negado inúmeras verdades das Escrituras — dizendo que, se Francisco fosse o papa, no século XVI, não haveria necessidade de os reformadores terem iniciado a Reforma Protestante. Bem, vamos voltar um pouco no tempo para ver se isso é verdade.

Wittenberg, Alemanha, 31 de outubro de 1517. Martinho Lutero publica suas 95 teses, dando início à Reforma Protestante. Ao difundi-las, ele pretende, sobretudo, o esclarecimento teológico de uma questão que o envolve como confessor de seus paroquianos: as indulgências, utilizadas pela cúria romana para satisfazer suas necessidades financeiras. Mas as críticas de Lutero não se restringem às indulgências. Ele se opõe à própria existência do papado — posto que este reivindica a infalibilidade — e à maneira como o papa usa o dinheiro dos fiéis.

À semelhança de Lutero, outros reformadores, como Calvino, Zuínglio, Menno Simons, Henrique VIII, John Knox, Erasmo de Roterdã, etc. se opõem ao papado. Para eles, as Escrituras, a Palavra de Deus, não abonam a infalibilidade do papa e a alegação de que ele é o fundamento da Igreja e sucessor de Pedro.

O que mudou, desde o século XVI, para que hoje não houvesse mais a necessidade de os reformadores continuarem protestando contra o papado? Praticamente, nada! A Santa Sé ainda defende o dogma da infalibilidade do papa. Ou seja, a Igreja Católica Apostólica Romana continua afirmando que o papa — mesmo que ele carregue a própria mala e ande num carro popular —, quando delibera e define solenemente algo em matéria de fé ou moral, está sempre correto. Ela mantém, ainda, a falácia de que a linhagem de Pedro, isto é, o papado, é o fundamento da Igreja.

Ora, a pedra ou o fundamento ao qual Jesus fez referência, quando disse: "eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16.18), é a própria declaração que Pedro fizera a respeito de Cristo: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v. 16). Isso se evidencia no versículo 17: ao elogiar a declaração de Pedro, Jesus afirma: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus".

Por que a "pedra" ou o "fundamento" no qual a Igreja foi estabelecida não é Pedro? Porque as Escrituras, que são análogas, afirmam que o fundamento da Igreja é Cristo, e não Pedro. Aliás, esse mesmo apóstolo reconheceu — pregando e escrevendo — que Jesus é a pedra fundamental da Igreja: "Este Jesus é a pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular" (Atos 4.11); "Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa" (1 Pedro 2.4).

Em 1 Coríntios 3.11 também está escrito: "ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo". Note que esta passagem, além de afirmar que Cristo é o único fundamento da Igreja, apresenta uma proibição tácita: não ponha outro fundamento. Em outras palavras, não ponha Pedro, João, Maria ou Francisco. O único fundamento da Igreja é Jesus Cristo!

Diante do exposto, a Reforma Protestante deve continuar. Quem disse que ela acabou? A diferença é que hoje ela é mais abrangente e abarca, também, os desvios verificados na igreja evangélica. Os reformadores que se prezam — isto é, os pregadores e escritores que primam pelas Escrituras — verberam não apenas contra os dogmas romanistas antibíblicos. Eles também se opõem firmemente contra a falaciosa Teologia da Prosperidade, as heresias e os modismos pseudopentecostais, o evangelho antropocêntrico, o legalismo farisaico, a gospelolatria, etc.

Amém? 


Ciro Sanches Zibordi

Fonte:http://cirozibordi.blogspot.com.br/2013/08/a-reforma-protestante-deve-continuar.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A IGREJA AO GOSTO DO FREGUÊS!

A IGREJA AO GOSTO DO FREGUÊS

igreja_ao_gostoPor T.A.McMahon
O movimento chamado “igreja ao gosto do freguês” está invadindo muitas denominações evangélicas, propondo evangelizar através da aplicação das últimas técnicas de marketing. Tipicamente, ele começa pesquisando os não-crentes (que um dos seus líderes chama de “desigrejados” ou “João e Maria desigrejados”). A pesquisa questiona os que não freqüentam quaisquer igrejas sobre o tipo de atração que os motivaria a assistir às reuniões. Os resultados do questionário mostram as mudanças que poderiam ser feitas nos cultos e em outros programas para atrair os “desigrejados”, mantê-los na igreja e ganhá-los para Cristo. Os que desenvolvem esse método garantem o crescimento das igrejas que seguirem cuidadosamente suas diretrizes aprovadas. Praticamente falando, dá certo!
Duas igrejas são consideradas modelos desse movimento: Willow Creek Community Church (perto de Chicago), pastoreada por Bill Hybels, e Saddleback Valley Church (ao sul de Los Angeles) pastoreada por Rick Warren. Sua influência é inacreditável. Willow Creek formou sua própria associação de igrejas, com 9.500 igrejas-membros. Em 2003, 100.000 líderes de igrejas assistiram no mínimo a uma conferência para líderes realizada por Willow Creek. Acima de 250.000 pastores e líderes de mais de 125 países participaram do seminário de Rick Warren (“Uma Igreja com Propósitos”). Mais de 60 mil pastores recebem seu boletim semanal.
Visitamos Willow Creek há algum tempo. Pareceu-nos que essa igreja não poupa despesas em sua missão de atrair as massas. Depois de passar por cisnes deslizando sobre um lago cristalino, vê-se o que poderia ser confundido com a sede de uma corporação ou um shopping center de alto padrão. Ao lado do templo existe uma grande livraria e uma enorme área de alimentação completa, que oferece cinco cardápios diferentes. Uma tela panorâmica permite aos que não conseguiram lugar no santuário ou que estão na praça de alimentação assistirem aos cultos. O templo é espaçoso e moderno, equipado com três grandes telões e os mais modernos sistemas de som e iluminação para a apresentação de peças de teatro e musicais.
Mega-igrejas-002Sem dúvida, Willow Creek é imponente, mas não é a única megaigreja que tem como alvo alcançar os perdidos através dos mais variados métodos. Megaigrejas através dos EUA adicionam salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, espaços para guardar equipamentos, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds, tudo para o progresso do Evangelho. Pelo menos é o que dizem. Ainda que algumas igrejas estejam lotadas, sua freqüência não é o único elemento que avaliamos ao analisar essa última moda de “fazer igreja”.
O alvo declarado dessas igrejas é alcançar os perdidos, o que é bíblico e digno de louvor. Mas o mesmo não pode ser dito quanto aos métodos usados para alcançar esse alvo. Vamos começar pelo marketing como uma tática para alcançar os perdidos. Fundamentalmente, marketing traça o perfil dos consumidores, descobre suas necessidades e projeta o produto (ou imagem a ser vendida) de tal forma que venha ao encontro dos desejos do consumidor. O resultado esperado é que o consumidor compre o produto. George Barna, a quem a revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) chama de “o guru do crescimento da igreja”, diz que tais métodos são essenciais para a igreja de nossa sociedade consumista. Líderes evangélicos do movimento de crescimento da igreja reforçam a idéia de que o método de marketing pode ser aplicado – e eles o têm aplicado – sem comprometer o Evangelho. Será?
Em primeiro lugar o Evangelho, e mais significativamente a pessoa de Jesus Cristo, não cabem em nenhuma estratégia de mercado. Não são produtos a serem vendidos. Não podem ser modificados ou adaptados para satisfazer as necessidades de nossa sociedade consumista. Qualquer tentativa nessa direção compromete de algum modo a verdade sobre quem é Cristo e do que Ele fez por nós. Por exemplo, se os perdidos são considerados consumidores, e um mandamento básico de marketing diz que o freguês sempre tem razão, então qualquer coisa que ofenda os perdidos deve ser deixada de lado, modificada ou apresentada como sem importância. A Escritura nos diz claramente que a mensagem da cruz é “loucura para os que se perdem” e que Cristo é uma “pedra de tropeço e rocha de ofensa” (1 Co 1.18 e 1 Pe 2.8).
Algumas igrejas voltadas ao consumidor procuram evitar esse aspecto negativo do Evangelho de Cristo enfatizando os benefícios temporais de ser cristão e colocando a pessoa do consumidor como seu principal ponto de interesse. Mesmo que essa abordagem apele para a nossa geração acostumada à gratificação imediata, ela não é o Evangelho verdadeiro nem o alvo de vida do crente em Cristo.
Em segundo lugar, se você quiser atrair os perdidos oferecendo o que possa interessá-los, na maior parte do tempo estará apelando para seu lado carnal. Querendo ou não, esse parece ser o modus operandi dessas igrejas. Elas copiam o que é popular em nossa cultura – músicas das paradas de sucesso, produções teatrais, apresentações estimulantes de multimídia e mensagens positivas que não ultrapassam os trinta minutos. Essas mensagens freqüentemente são tópicas, terapêuticas, com ênfase na realização pessoal, salientando o que o Senhor pode oferecer, o que a pessoa necessita – e ajudando-a na solução de seus problemas.
Essas questões podem não importar a um número cada vez maior de pastores evangélicos, mas, ironicamente, estão se tornando evidentes para alguns observadores seculares. Em seu livro The Little Church Went to Market (A Igrejinha foi ao Mercado), o pastor Gary Gilley observa que o periódico de marketing American Demographics reconhece que as pessoas estão: “…procurando espiritualidade, não a religião. Por trás dessa mudança está a procura por uma fé experimental, uma religião do coração, não da cabeça. É uma expressão de religiosidade que não dá valor à doutrina, ao dogma, e faz experiências diretamente com a divindade, seja esta chamada “Espírito Santo” ou “Consciência Cósmica” ou o “Verdadeiro Eu”. É pragmática e individual, mais centrada em redução de stress do que em salvação, mais terapêutica do que teológica. Fala sobre sentir-se bem, não sobre ser bom. É centrada no corpo e na alma e não no espírito. Alguns gurus do marketing começaram a chamar esse movimento de “indústria da experiência” (pp. 20-21).”
Existe outro item que muitos pastores parecem estar deixando de considerar em seu entusiasmo de promover o crescimento da igreja atraindo os não-salvos. Mesmo que os números pareçam falar mais alto nessas “igrejas ao gosto do freguês” (um número surpreendente de igrejas nos EUA (841) alcançaram a categoria de megaigreja, com 2.000 a 25.000 pessoas presentes nos finais de semana), poucos perceberam que o aumento no número de membros não se deve a um grande número de “desigrejados” juntando-se à igreja.
Durante os últimos 70 anos, a percentagem da população dos EUA que vai à igreja tem sido relativamente constante (mais ou menos 43%). Houve um crescimento, chegando a 49% em 1991 (no tempo do surgimento dessa nova modalidade de igreja), mas tal crescimento diminuiu gradualmente, retornando a 42% em 2002 (www.barna.org). De onde, então, essas megaigrejas, que têm se esforçado para acomodar pessoas que nunca se interessaram pelo Evangelho, conseguem seus membros? Na maior parte, de igrejas menores que não estão interessadas ou não têm condições financeiras de propiciar tais atrações mundanas. O que dizer das multidões de “desigrejados” que supostamente se chegaram a essas igrejas? Essas pessoas constituem uma parcela muito pequena das congregações. G.A. Pritchard estudou Willow Creek por um ano e escreveu um livro intitulado Willow Creek Seeker Services (Baker Book House, 1996). Nesse livro ele estima que os “desigrejados”, que seriam o público-alvo, constituem somente 10 ou 15% dos 16.000 membros que freqüentam os cultos de Willow Creek.
Se essa percentagem é típica entre igrejas “ao gosto do freguês”, o que provavelmente é o caso, então a situação é bastante perturbadora. Milhares de igrejas nos EUA e em outros países se reestruturaram completamente, transformando-se em centros de atração para “desigrejados”. Isso, aliás, não é bíblico. A igreja é para a maturidade e crescimento dos santos, que saem pelo mundo para alcançar os perdidos. Contudo, essas igrejas voltaram-se para o entretenimento e a conveniência na tentativa de atrair “João e Maria”, fazendo-os sentirem-se confortáveis no ambiente da igreja. Para que eles continuem freqüentando a “igreja ao gosto do freguês”, evita-se o ensino profundo das Escrituras em favor de mensagens positivas, destinadas a fazer as pessoas sentirem-se bem consigo mesmas. À medida que “João e Maria” continuarem freqüentando a igreja, irão assimilar apenas uma vaga alusão ao ensino bíblico que poderá trazer convicção de pecado e verdadeiro arrependimento. O que é ainda pior, os novos membros recebem uma visão psicologizada de si mesmos que deprecia essas verdades. Contudo, por pior que seja a situação, o problema não termina por aí.
A maior parte dos que freqüentam as “igrejas ao gosto do freguês” professam ser cristãos. No entanto, eles foram atraídos a essas igrejas pelas mesmas coisas que atraíram os não-crentes, e continuam sendo alimentados pela mesma dieta biblicamente anêmica, inicialmente elaborada para não-cristãos. Na melhor das hipóteses, eles recebem leite aguado; na pior das hipóteses, “alimento” contaminado com “falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam” (2 Tm 6.20). Certamente uma igreja pode crescer numericamente seguindo esses moldes, mas não espiritualmente.
Além do mais, não há oportunidades para os crentes crescerem na fé e tornarem-se maduros em tal ambiente. Tentando defender a “igreja ao gosto do freguês”, alguns têm argumentado que os cultos durante a semana são separados para discipulado e para o estudo profundo das Escrituras. Se esse é o caso, trata-se de uma rara exceção e não da regra!
Como já notamos, a maioria dessas igrejas, no uso do seu tempo, energia e finanças tem como alvo acomodar os “desigrejados”. Conseqüentemente, semana após semana, o total da congregação recebe uma mensagem diluída e requentada. Então, na quarta-feira, quando a congregação usualmente se reduz a um quarto ou a um terço do tamanho normal, será que esse pequeno grupo recebe alimentação sólida da Palavra de Deus, ensino expositivo e uma ênfase na sã doutrina? Dificilmente. Nunca encontramos uma “igreja ao gosto do freguês” onde isso acontecesse. As “refeições espirituais” oferecidas nos cultos durante a semana geralmente são reuniões de grupos e aulas visando o discernimento dos dons espirituais, ou o estudo de um “best-seller” psico-cristão, ao invés do estudo da Bíblia.
Talvez o aspecto mais negativo dessas igrejas seja sua tentativa de impressionar os “desigrejados” ao mencionar especialistas considerados autoridades em resolver todos os problemas mentais, emocionais e comportamentais das pessoas: psicólogos e psicanalistas. Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão. Seus milhares de conceitos e centenas de metodologias não-comprovados são contraditórios e não científicos, totalmente não-bíblicos, como já documentamos em nossos livros e artigos anteriores. Pritchard observa: “…em Willow Creek, Hybels não somente ensina princípios psicológicos, mas freqüentemente usa esses mesmos princípios como guias interpretativos para sua exegese das Escrituras – o rei Davi teve uma crise de identidade, o apóstolo Paulo encorajou Timóteo a fazer análise e Pedro teve problemas em estabelecer seus limites. O ponto crítico é que princípios psicológicos são constantemente adicionados ao ensino de Hybels” (p. 156).”
Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão.
Durante minha visita a Willow Creek, o pastor Hybels trouxe uma mensagem que começou com as Escrituras e se referia aos problemas que surgem quando as pessoas mentem. Contudo, ele se apoiou no psiquiatra M. Scott Peck, o autor de The Road Less Travelled (Simon & Schuster, 1978) quanto às conseqüências desastrosas da mentira. Nesse livro, M. Scott Peck declara (pp. 269-70): “Deus quer que nos tornemos como Ele mesmo (ou Ela mesma)”!
A Saddleback Community Church está igualmente envolvida com a psicoterapia. Apesar de se dizer cristocêntrica e não centrada na psicologia, essa igreja tem um dos maiores números de centros dos Alcoólicos Anônimos e patrocina mais de uma dúzia de grupos de ajuda como “Filhos Adultos Co-Dependentes de Viciados em Drogas”, “Mulheres Co-Viciadas Casadas com Homens Compulsivos Sexuais ou com Desordens de Alimentação” e daí por diante. Cada grupo é normalmente liderado por alguém “em recuperação” e os autores dos livros usados incluem psicólogos e psiquiatras (www.celebraterecovery.com). Apesar de negar o uso de psicologia popular, muito dela permeia o trabalho de Rick Warren, incluindo seu best-seller The Purpose Driven Life (A Vida Com Propósito), que já rendeu sete milhões de dólares. Em sua maior parte, o livro fala de satisfação pessoal, promove a celebração da recuperação e está cheio de psicoreferências tais como “Sansão era dependente”.
A mensagem principal vinda das igrejas psicologicamente motivadas de Willow Creek e Saddleback é a de que a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo são insuficientes para livrar uma pessoa de um pecado habitual e para transformá-la em alguém cuja vida seja cheia de fruto e agradável a Deus. Entretanto, o que essas igrejas dizem e fazem tem sido exportado para centenas de milhares de igrejas ao redor do mundo.
Grande parte da igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um cruzeiro cheio de atrações, mas isso vai resultar num “Titanic espiritual”. Os pastores de “igrejas ao gosto do freguês” (e aqueles que estão desejando viajar ao lado deles) precisam cair de joelhos e ler as palavras de Jesus aos membros da igreja de Laodicéia (Ap 3.14-21). Eles eram “ricos e abastados” e, no entanto, deixaram de reconhecer que aos olhos de Deus eram “infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus”. Jesus, fora da porta dessas igrejas, onde O colocaram desapercebidamente, oferece Seu conselho, a verdade da Sua Palavra, o único meio que pode fazer com que suas vidas sejam vividas conforme Sua vontade. Não pode existir nada melhor aqui na terra e na Eternidade!
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Fonte: Chamada, vide PCAmaral. Divulgação: Púlpito Cristão.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Prisões que não Possuem Grades!

Prisões que não Possuem Grades




Carlos Moreira


“Memórias do Cárcere” é uma obra póstuma de Graciliano Ramos publicada em 1953. Preso na época do “Estado Novo” sob a falsa acusação de ligação com o Partido Comunista, o escritor foi deportado para o Rio de Janeiro, onde permaneceu encarcerado por cerca de dois anos. 


No livro, Graciliano se ocupou em tornar público, “depois de muita hesitação”, acontecimentos da vida na prisão. Escrito dez anos após sua libertação, trás em si uma narrativa amarga, não obstante verdadeira. “Quem dormiu no chão deve lembra-se disto... Escreverá talvez asperezas, mas é delas que a vida é feita: inútil negá-las, contorná-las, envolvê-las em gaze” 

Já li comentários de que pessoas que foram presas, sobretudo injustamente, jamais voltam a ser as mesmas. O cerceamento da liberdade trás impactos tão violentos a psique que o indivíduo não consegue mais se reencontrar com sua essência, impõe-se a um auto-exílio rumo aos porões do ser, acaba soterrado sob densas camadas de sombras e silêncios.

Eu sei que há prisões que possuem grades, e destas é muito difícil escapar. Mas há outros tipos de prisões, que vão para além de impor ao corpo a reclusão ao cubículo ao qual foi confinado. Sim, estas masmorras são imateriais, sem grades, sem paredes, são calabouços que aprisionam não só à vontade, o desejo de liberdade, mas o ser, a alma, a consciência, a paixão e os sonhos.  

É fato que tenho encontrado, no chão da vida, muitas pessoas aprisionadas em tais “labirintos”. É gente que, sem perceber, tornou-se refém de circunstâncias, medos, traumas, sofismas, projeções, “carmas”, manipulações, culpas, vícios psicológicos, e toda sorte de situação que produz auto-engano e que acaba dando forma a uma imagem distorcida de si mesmo, a qual, projetada na “tela da existência”, reproduz um holograma monstrificado de quem enganosamente se pensa ser.

Em meus aconselhamentos pastorais, tenho me deparado com pessoas vivenciando tais dinâmicas. É gente que se tornou refém de marido, de mulher, de sogra, de filhos, tudo pelo estabelecimento de vínculos afetivos adoecidos, que acabam dando ao outro uma espécie de “licença para matar”, e, por assim dizer, produzem, pela via da culpa e do medo, todo tipo de escravidão e subserviência.

Há aqueles que estão presos a fatalismos e determinismos infundados, não raro fruto de comentários maldosos e recorrentes feitos por pessoas próximas, muitos dos quais se enraizaram na “alma” desde a infância. É gente que se sente “assombrada” por um “carma”, conduzida inexoravelmente por um trilho de onde não se pode sair, fadada a parar sempre na mesma “estação”, seguir sempre pelo mesmo caminho.

Também é comum encontrar os que se viciaram psicologicamente no fracasso, que sentem prazer na perda, no sonho frustrado, nas impossibilidades. Trata-se da negatividade alçada ao platô mais profundo do ser, gente cinzenta, sombria, que vive de olhar pelo “retrovisor”, lamentando pelo que passou, ansiando pelo que poderia ter sido, mas não foi...

Não menos danoso é o grupo dos que passaram a viver de uma espécie de “ração”, que esmolam da vida, se acomodaram em ser o que não são, estagnaram a consciência e amordaçaram o pensamento. Pessoas assim deixaram de acreditar no novo, na mudança, em possibilidades outras. Elas se acostumaram à mesmice, ao banal, ao trivial, seguem o fluxo, o curso, a rotina. Estão mortas, mas ainda não foram sepultadas, existem sem ser, sem saber vão, de arrastão em arrastão, vivem de “migalha de pão”, dos restos do ontem e dos fragmentos do hoje.

Finalmente, mas não menos triste, há os que adoeceram ao ponto de dependerem de medicação para viver, os chamados psicotrópicos, os quais se aplicam a distúrbios e doenças tais como ansiedade, depressão nervosa, distúrbio bipolar, psicose, pânico, dentre outras. Neste estágio há muita dor e desânimo, pois além dos sintomas próprios de cada doença, ainda há os efeitos colaterais dos remédios, tão diversos quanto possamos imaginar. Eles, sem pedir permissão, mudam as pessoas: alteram o olhar, o sorriso, os gestos, gostos, apetites e vontades.

Seria pieguismo e irresponsabilidade de minha parte dizer para você que a solução para todas estas coisas está na religião. Tolice afirmar que apenas reunião de oração, jejum e leitura da bíblia vão resolver o problema. Muito menos bizarrices do tipo: sessão do descarrego, culto de “libertação”, de “unção”, do "desencapetamento" total e outras mandingas do meio “evangélico” vão "liberar a benção". Estas reuniões estão mais para seções espíritas e são destinadas a curar todo e qualquer problema como fossem a “Água Rabelo”, um antigo remédio que se usava para tratar desde verminose até tuberculose. Não, eu não creio que seja assim.

Mas acredito que a cura passa pela experimentação da verdade, ou, como disse Tolstoi: “não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma conseqüência”. Eu creio que a maior parte dos problemas e dores humanas estão associados a não percepção da Verdade, e aqui afirmo Verdade não como paradigma existencial, mas como Caminho a ser caminhado, como experimentação de valores e princípios que mudam o ser, de dentro para fora, aos poucos, pela via da pacificação produzida pela Graça, em Fé e através do Amor, pela ação do Espírito Santo que é capaz de realizar aquilo que nada nem ninguém pode fazer em definitivo: sarar a alma! Sim, pois como disse Jesus: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Estou convencido de que há prisões que não possuem grades, mas que aprisionam muito mais do que aquelas que prendem os indivíduos, posto que é mais fácil libertar o corpo do que a alma. Como disse em texto recente “...eu não sei qual foi a porta que eu abri mas, quando dei por mim, já estava aqui! Curioso, também, é que eu não sei como sair; as portas daqui só possuem maçanetas pelo lado de fora! Aqui é todo canto e lugar nenhum”.

Gostaria de te ver livre desta prisão, destas amarras que prendem tua mente, tua alma, teu ser. Sei que só Deus pode te livrar disto tudo, mas esta experiência tem de ser vivida por cada um, a seu tempo e do seu próprio modo. Fiques, então, com o que escreveu Clarice Lispector: “liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”.

Carlos Moreira é coeditor do Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2012/05/prisoes-que-nao-possuem-grades.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Pecado para a Morte e a Blasfêmia contra o Espírito Santo!

O Pecado para a Morte e a Blasfêmia contra o Espírito Santo

.

Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Não são poucos os pregadores de linha pentecostal que ameaçam os críticos das atuais "manifestações espirituais" de cometerem o pecado sem perdão, a blasfêmia contra o Espírito Santo. Mas, será? O pecado para a morte é mencionado por João em sua primeira carta: 

"Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue (5.16c)".

A morte a que João se refere é a morte espiritual eterna, a condenação final e irrevogável determinada por Deus, tendo como castigo o sofrimento eterno no inferno. Todos os demais pecados podem ser perdoados, mas o “pecado para morte” acarreta de forma inexorável a condenação eterna de quem o comete, a ponto do apóstolo dizer: "e por esse não digo que rogue". E o apóstolo continua:

"Toda injustiça é pecado, e há pecado não para a morte (5.17; cf. 3.4)".

João não está sugerindo que a distinção entre pecado mortal e pecado não mortal implique na existência de pecados que não sejam tão graves assim. Todo pecado é contra o Deus justo, contra a sua justiça. Portanto, todo pecado traz a morte, que é a penalidade imposta por Deus contra o pecado. Mas, para que seus leitores não fiquem aterrorizados, João repete: há pecado não para morte(5.17b). Nem todo pecado é o pecado mortal. Há perdão e vida para os que não pecam para a morte. O Senhor mesmo convida seu povo a buscar o perdão que ele concede (Is 1.18).

O que, então, é o pecado para a morte? O apóstolo João não declara explicitamente a que tipo de pecado se refere. Através dos séculos, estudiosos cristãos têm procurado responder a esta pergunta. Alguns têm entendido que João se refere à morte física, e têm sugerido que se trata de pecados que eram punidos com a pena de morte conforme está no Antigo Testamento (Lv 20.1-27; Nm 18.22). Não adiantaria orar pelos que cometeram pecados punidos com a morte, pois seriam executados de qualquer forma pela autoridade civil. Ou então, trata-se de pecados que o próprio Deus puniria com a morte aqui neste mundo, como ele fez com os filhos de Eli (2Sm 2.25), com Ananias e Safira (At 5.1-11) e com alguns membros da igreja de Corinto que profanavam a Ceia (1Co 11.30; cf. Rm 1.32).

A Igreja Católica fez uma classificação de pecados veniais e pecados mortais, incluindo nos últimos os famosos sete pecados capitais, como assassinato, adultério, glutonaria, mentira, blasfêmia, idolatria, entre outros. Este tipo de classificação é totalmente arbitrário e não tem apoio nas Escrituras.

A interpretação que nos parece mais correta é que João está se referindo à apostasia, que no contexto de seus leitores, significaria abandonar a doutrina apostólica que tinham ouvido e recebido e seguir o ensinamento dos falsos mestres, que negava a encarnação e a divindade do Senhor Jesus. “Pode-se inferir do contexto que este pecado não é uma queda parcial ou a transgressão de um determinado mandamento, mas apostasia, pela qual as pessoas se alienam completamente de Deus” (Calvino).

Trata-se, portanto, de um pecado doutrinário, cometido de forma voluntária e consciente, similar ao pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, cometido pelos fariseus, e que o Senhor Jesus declarou que não haveria de ter perdão nem aqui nem no mundo vindouro (cf. Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10). Em ambos os casos, há uma rejeição consciente e voluntária da verdade que foi claramente exposta.

No caso dos leitores de João, a apostasia seria mais profunda, pois teriam participado das igrejas cristãs, como se fossem cristãos, participado das ordenanças do batismo e da Ceia, participado dos meios de graça. À semelhança dos falsos mestres que também, antes, tinham sido membros das igrejas, apostatar seria sair delas (2.19), e se juntar aos pregadores gnósticos e abraçar a doutrina deles, que consistia numa negação de Cristo.

Tal pecado era “para a morte” por sua própria natureza, que é a rejeição final e decidida daquele único que pode salvar, Jesus Cristo. “Este pecado leva quem o comete inexoravelmente a um estado de incorrigível embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a própria consciência” (J. Stott).

É provavelmente sobre pessoas que apostataram desta forma que o autor de Hebreus escreveu, dizendo que “é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Ele descreve essa situação como sendo um viver deliberado no pecado após o recebimento do pleno conhecimento da verdade. Neste caso, “já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários” (Hb 10.26-27). Este pecado é descrito como calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar o Espírito da graça (Hb 10.29), uma linguagem que claramente aponta para a blasfêmia contra o Espírito e a negação de Jesus como Senhor e Cristo (ver também 2Pd 2.20-22, onde o apóstolo Pedro se refere aos falsos mestres).

Não é sem razão que o apóstolo João desaconselha pedirmos por quem pecou dessa forma.

Alguém pode perguntar se Deus fecharia a porta do perdão se pessoas que pecaram para a morte se arrependessem. Tais pessoas, porém, não poderão se arrepender. Elas não o desejam. E além disto, o Senhor determinou sua condenação, a ponto de João não aconselhar que oremos por elas. “Tais pessoas foram entregues a um estado mental reprovável, estão destituída do Espírito Santo, e não podem fazer outra coisa senão, com suas mentes obstinadas, se tornarem piores e piores, acrescentando mais pecado ao seu pecado” (Calvino).

Notemos que nestes versículos João não chama de “irmão” aquele que peca para a morte. Apenas declara que há pecado para a morte e que não recomenda orar pelos que o cometem. É evidente que os nascidos de Deus jamais poderão cometer este pecado.

Portanto, não se impressione com as ameaças de pastores do tipo "você está blasfemando contra o Espírito Santo" se o que você estiver fazendo é simplesmente perguntando qual a base bíblica para cair no Espírito, rir no Espírito, a unção da leoa, e outras "manifestações" atribuídas ao Espírito Santo.

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Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Monte no Imaginário Pentecostal!

O monte no imaginário pentecostal

Alan Brizotti

Eu já orei no monte. "Orar" não é bem o que fazíamos. Saíamos tarde da noite e, ao chegarmos no "monte" (nem era uma montanha, mas sim um local no meio do mato mesmo), depois de minutos de uma oraçãozinha, pandeiros fervilhando, embalados a "corinhos de fogo", tome reteté...

No monte acontecia (e ainda acontece) de tudo. Lembro-me de um irmão (no monte, a gente chamava de "vaso") que começou a correr velozmente de um lado para o outro (e no escuro!) De repente, deu de cara numa árvore! Após um instante de apreensão geral, alguém foi até ele (tentando disfarçar o constrangimento, afinal, o "Espírito" errou a direção) e perguntou: "e aí, vaso, o que você viu?" E ele respondeu: "Estrela!" Essa eu vi.

No imaginário pentecostal o monte ocupa lugar especial. Ele está para o pentecostal como as imagens para o católico (salvas as devidas proporções). Assim como os católicos em relação às imagens, os pentecostais dizem que o monte não tem todo esse valor em si, mas sim, aproximam do ideal sagrado que representa. Para os pentecostais (e eu sou um, pasmem!) o monte é uma "redondeza divina", uma "área onde a espiritualidade é mais densa". No templo tem muita gente, muita luz e muito barulho, no monte a coisa é mais rústica, secreta. É o local onde os "santos" se reúnem. Na minha época, costumava-se avisar aos "alpinistas de primeira viagem": "cuidado, consagre-se antes de subir!"

A desculpa "bíblica" é que Jesus orava no monte. Não preciso nem entrar no mérito teológico (quem sabe, psicológico, talvez). O mérito geográfico já basta: no contexto bíblico o que mais existia era montanha. A paisagem dominante era feita assim. O problema maior não é o monte que se sobe, mas o jeito que se desce. A galerinha do monte, geralmente, dá um trabalho imenso em suas igrejas locais. Eles descem cheios de vícios: legalismo neurotizante, seletividade arbitrária (só nosso grupo é santo), insubmissão a qualquer tipo de autoridade (é a veia "che guevariana" das montanhas).

No monte, o maior perigo é a anarquia. Lá não há regras: revelação tem liberdade total. As línguas esquisitas (essas são estranhas mesmo) são cada uma mais extravagante que a outra. É a guerra dos vasos! Sem falar nos mais "safadinhos" que aproveitam (como cantava a Rita Lee) "o escurinho do cinema" pra pecar, kkk.

Conheço alguns irmãos, honestos, que vão ao "monte" para orar, meditar na Palavra, sem nenhuma parafernália ou neura. Mas são muito raros. O que sobra na celestialidade alpinista é o exagero, a hipérbole, a fuga do asfalto, a busca, às vezes certa, da forma errada.

Para o cristão verdadeiramente ciente de sua comunhão com Deus, qualquer lugar é um monte. No jardim, no deserto, na rua ou na cama, ele sabe que não são geografias que determinam sua espiritualidade, mas sim o conteúdo verdadeiro que ela possui.

Eu já não vou ao monte. Meu caminho hoje é de descida. Quanto mais desço, mais percebo que subo. Benditos paradoxos de Deus.



Alan Brizotti, revelando sua kriptonita no Genizah


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/08/o-monte-no-imaginario-pentecostal.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Reação Arminiana

A reação arminiana

Por Gutierres Fernandes Siqueira

A última década foi marcada pelo avanço do calvinismo no Brasil. Tal fato se deu, principalmente, pelos blogs e editoras temáticas. O pioneiro blog O Temporas O Mores, por exemplo, ajudou a popularizar a cosmovisão calvinista. De tão popular, os posts foram publicados duas vezes em formato de livro pela editora Mundo Cristão. Editoras como Cultura Cristã e Fiel cresceram em influência e a própria CPAD, órgão confessional das Assembleias de Deus, passou a publicar nomes como Piper, Carson, MacArthur, Driscoll, Keller, Packer, Pearcey etc.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, ganhava força o chamado neocalvinismo. Era o  velho calvinismo com linguagem acessível, sem cessacionismo, sem fundamentalismo, envolvido criticamente na cultura pós-moderna e sempre atento às plataformas tecnológicas. O neocalvinismo vem sendo uma rica experiência entre a rígida tradição e a flexível linguagem pós-moderna. Apesar da popularidade dos autores neocalvinistas no Brasil, ainda é raro achar uma congregação nesses moldes por aqui. Neste país ainda impera o velho calvinismo.

E os arminianos? Ora, arminianos dificilmente são militantes. Isso é um ponto positivo, pois raramente você achará um arminiano que resuma a sua vida por essa corrente doutrinária. Em compensação haverá uma maior ignorância sobre essa mesma doutrina. Enquanto um teólogo calvinista fala da Soberania de Deus a cada cinco minutos, os seguidores de Armínio ficam quietos e crescem na inércia de uma doutrina mais fácil de ser compreendida. Mas o cenário parece ensaiar uma pequena mudança.

Há alguns anos o site Arminianismo.com vem empenhado em trazer mais conhecimento sobre essa corrente doutrinária. É visível nas redes sociais o crescimento de pentecostais, metodistas e até alguns batistas pelo aprofundamento nessa matéria. Recentemente a Editora Reflexão publicou o livro Teologia Arminiana: Mitos e Realidades do teólogo norte-americano Roger E. Olson. Parece que os arminianos começaram a reagir sobre o avanço calvinista.

Tudo isso é muito bom. A tensão entre calvinismo e arminianismo tende a trazer uma teologia mais equilibrada em nossa terra. Sem o determinismo arrogante e fatalista do  hipercalvinismo e nem o deus sem divindade do hiperarminianismo. Se você acha estranho ouvir que Deus não conhece o futuro na boca de um teísta aberto (eu também fico espantado), igualmente repulsivo é ouvir a blasfema ideia que Deus seja o autor do pecado. Portanto, vamos deixar os extremos para os fanáticos militantes. Certamente que o caminho mais saudável passa pelo equilíbrio, pois Deus não é nem limitado e nem um déspota fatalista.

Eu saúdo a reação arminiana assim como o avanço do neocalvinismo. Que Deus seja louvado.

Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/2013/08/a-reacao-arminiana.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O INIMIGO TRIPLO!

O INIMIGO TRIPLO

O Advogado do DiaboPor João Bosco
Possuímos um inimigo triplo são 3 que se levantam contra à verdadeira vida de vitória que Cristo nós proporcionou na Cruz do Calvário. Que são: o MUNDO, a CARNE e o DIABO (João 2:17, Romanos 8:3 e 1 Pedro 5:8) e que fecham no terrível pecado.
O MUNDO – Que quer dizer o mundo neste sentido? Quer dizer o presente século mau (Gálatas 1:4), o grande sistema do mal ao redor de nós. É animado pelo príncipe deste mundo (João 14:30), e caracterizado por uma decisão trágica a respeito do Varão do Calvário: «Não queremos que este reine sobre nós.» (Lucas 19:14).
É o sistema mundial de rebelião contra Deus. Ora, é, porventura, possível para o crente viver uma vida cristã verdadeiramente separada do mal no meio de tal antagonismo? Por exemplo, é tal a vitória de Cristo que o crente perca todo o desejo para com os prazeres e ocupações do mundo, com todas as suas atrações e seduções fascinantes de hoje?
É possível que o crente de hoje possa regozijar-se com o apóstolo Paulo por ter sido «crucificado para o mundo» (Gálatas 6:14), e o «mundo para ele», a despeito de morar no meio dele? Ou é a vontade de Deus que, tendo sido salvo deste presente século mau, seja o crente escravizado de novo pelos «rudimentos fracos e pobres» dele? (Gálatas 4:9). A resposta da Bíblia é clara e simples. Graças a Deus, a VITÓRIA É Possível, porque o Senhor Jesus Cristo disse: «Eu venci o mundo». (João 16:33). Porque ELE venceu, vós também podeis vencer, porque ELE é vosso exemplo.
A CARNE – O segundo inimigo é a “carne”. O apóstolo Paulo diz: «Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum». (Romanos 7:18).
Que quer dizer “a carne” neste sentido? Consideraremos este assunto mais profundamente no capítulo seguinte, mas basta dizer aqui que “a carne” é a natureza humana caída. (Gênesis 6:12). É o princípio corrupto do pecado, a natureza carnal, que «o homem natural» herdou dos seu pais caídos. É a natureza de Adão. É a sede de todos aqueles pecados feios que, com tanta facilidade, destroem a alegria e impedem o testemunho do crente (Gálatas 5:19). Ora, poderá ser a vontade de Deus que o seu povo, depois de levantado até o reino da vida espiritual e de justificado do pecado diante dele para sempre, (Romanos 5:9) continue escravo de vilezas tais como: Vaidade, Cólera, Irritabilidade, Mau humor, Ciúme, Orgulho, Egoísmo, Implacabilidade, Ansiedade, Aspereza, Queixume, Crítica.
Precisamos aumentar um catálogo tão repulsivo? Estes males acima enumerados não são considerados como pecados grosseiros, mas não obstante, são manifestações da natureza carnal. Pode haver vitória sobre “a carne”? Sim, graças a Deus, é prometido claramente na Palavra de Deus. Como veremos mais tarde, temos no livro bendito de Deus a revelação dum grande segredo pelo qual é possível fazer “a carne” ineficaz mediante o poder do Espírito Santo, por meio da nossa inclusão na Cruz.
O DIABO – Pensamos no mundo, aquele inimigo externo, e na carne, aquele inimigo interno; agora havemos de pensar no terceiro grande adversário — o Diabo, aquele inimigo infernal! O Diabo é uma pessoa, o atual «príncipe das potestades do ar». (Efésios 2:2). Ele rege os negócios deste mundo mau, e seu grande objetivo é contrariar a vontade e o programa divino no mundo, na Igreja, e no crente. Para conseguir este fim ele apresenta o seu desafio por muitos meios, e procura usurpar e dominar aquilo que pertence a Cristo por título criador e redentor. Como crente, vós não podeis evitar os seus expedientes astutos (2.Coríntios 2:11). Ele é vosso adversário incessante (l.Pedro 5:8). É necessário encará-lo e vencê-lo. É isto possível? Sim, graças a Deus, mediante a vitória do Salvador na Cruz, este poderoso adversário já foi vencido completa e finalmente (Hebreus 2:14), e um dia todo o mundo verá a plena consumação deste triunfo.
Neste interim, aquele Maligno age no mundo, mas todas as suas atividades são limitadas pela vontade permissiva de Deus. O filho de Deus pode ter a vitória em Cristo dia após dia, visto que o Cristo Vitorioso mora dentro dele em verdade. Satanás tem de se curvar diante de Jesus. Voltaremos, porém, a este assunto depois.
CREDES NISTO?
Estais convencidos de que a Palavra promete vitória completa a todo crente? Uma vez que o Bom Samaritano pôs a sua mão curativa sobre as vossas chagas de pecado, aquele bendito Benfeitor não vos deixará nunca entregues aos vossos próprios recursos para o resto da viagem. Uma vez libertados do poço horrível do pecado, não é jamais a vontade de Deus que vós retrocedais para o seu domínio tenebroso e sua atmosfera sufocante. O Salvador é mais que um fiador que nos livra do inferno e da pena do pecado. Ele é bastante forte para vos guardar do domínio do pecado de dia em dia (Hebreus. 7:25). Sim, vitória completa é possível todo tempo, ou, senão, há uma imperfeição na obra expiatória do Calvário. Visto que isto é provado, tanto pela abundância da evidência das Escrituras como na experiência prática dos santos de Deus durante os séculos, é verdade ainda até hoje. Cristo mudou? Não é vosso? Então uma tal vida é possível para vós.
CONSIDERE ESTAS VERDADES!
Este inimigo triplo fecha no PECADO que podemos considerar como sendo o 4° inimigo, mas que CRISTO proporcionou a vitória sobre todos eles na CRUZ!
1) O EU MORTO PARA O PECADO, MUNDO, CARNE E SATANÁS
Estes inimigos estão constantemente fazendo suas ofertas para que caiamos no pecado e sejamos derrotados em nossa vida espiritual. Sem poder espiritual, o cristão não produz fruto e fica como o diabo gosta.
A única forma de vencer esses quatro inimigos é pelo reconhecimento de que o nosso velho homem já morreu (Rm 6:6). Isto implica que eu não tenho mais planos ou ideais pessoais, mas agora são planos e ideais de Cristo que dirigirão a minha vida.
2) CRISTO VIVENDO EM MIM
A verdadeira vida do cristão, não sou eu quem vive. Não tente ser uma vida santa e vitoriosa pelos seus próprios esforços. Você nunca conseguirá. A única forma é Cristo vivendo em você. Ele tem poder para vencer as lutas, provas e tentações.
Essa dependência d’Ele nos força a reconhecer que Ele dá a vitória e que Ele, somente Ele, recebe a glória quando nossa vida cristã vai bem.
Oh, como estamos precisando de um grande avivamento espiritual em nossa nação! Vemos o pecado se alastrando rapidamente e somente um vento poderoso do Espírito
Santo poderá varrer da nossa pátria o pecado, a injustiça e as obras malignas.
COLOCANDO ISSO EM PRATICA
Convidamos você a se unir a um grande número de cristãos que estão orando por este avivamento.
O “eu” na cruz e Cristo vivendo em cada cristão trarão nossa nação aos pés de Cristo e Ele receberá toda a glória.
ORE:
1. Peça a Deus que ajude você a assumir sua posição de “morto” com Cristo.
2. Ore por um avivamento no Brasil e por derramar do Espírito Santo cada vez maior e crescente em sua Igreja local.
3. Agradeça ao Espírito Santo o trabalhar dele em sua vida, família e ministério.
Com a ajuda do Senhor, em muitos lugares isso tem acontecido em muitos lugares, você também quer?
MEDITE:
“Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.” (II Coríntios 5 : 14)
“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.”
(Romanos 6 : 6)
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2 : 20)
LEIA:
RELIGIÃO UMA BANDEIRA DO INFERNO de Glenio Fonseca Paranaguá
ASSISTA:
O PODER DO EVANGELHO NA PRÁTICA de Glenio Fonseca Paranaguá
Adaptação das Fontes:
A Nova Vida de Reginald Wallis
Facebook Cláudio Morandi
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Fonte: Blog Filho Único. Divulgação: Púlpito Cristão.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

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