quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ditadura Pentecostal!

Ditadura pentecostal





Neste vídeo, Fala Sério Varão trata da exclusão de um diácono da Assembléia de Deus, o irmão Júlio do Mato Grosso, por postar vídeos do Fala Sério Varão em seu Facebook. Confira no vídeo!


A seguir, o vídeo postado pelo Julio e que provocou a sua exclusão:








Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/05/ditadura-pentecostal.html

Opinião do Blog: Mais uma triste realidade que acontece
nos arraiás ungidos, sei que existem alguns que não se
contaminaram ainda, pois ainda acredito que por mais que divergimos teologicamente, temos a obrigação de sermos bíblicos em 1º lugar.
Esses irmãos que foram perseguidos por se dispor a obedecer a bíblia e não a instituição sempre serão referencias pra nós, pois não podemos deixar de alertar a todos os eleitos.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

DEZ MOTIVOS PARA NÃO PARTICIPAR DA “MARCHA PARA JESUS”

DEZ MOTIVOS PARA NÃO PARTICIPAR DA “MARCHA PARA JESUS”

marcha_640px
Por Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Jr.
No dia, 03/09/2009, o então Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus.
Estavam ali, naquele ato, alguns líderes do governo, juntamente com o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, e os bispos da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes. A sanção do presidente veio apenas tornar oficial uma prática que se repete a cada ano. Considerando o tamanho do evento e a quantidade de irmãos que mobiliza, alisto abaixo dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desta marcha. As informações que dão base à análise podem ser encontradas em sites de promoção da marcha:
1. A igreja que organiza a maior parte da marcha é conduzida por um homem que se autodenomina apóstolo. Este é um erro cada vez mais frequente em algumas denominações. É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha? Que critérios foram usados? 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Portanto, ninguém que não tenha sido contemporâneo de Cristo ou dos apóstolos (como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo;
2. A igreja que organiza a marcha ensina a Teologia da prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão positiva (crença no poder profético das palavras — assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade);
3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);
4. De acordo com os sites que organizam a marcha, uma das finalidades dela é promover curas e libertações;
5. A marcha não celebra culto, mas “show gospel”;
6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”;
7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade;
8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as “brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação”;
9. Na visão do grupo, a marcha destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões”;
10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade, como sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão: “…mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12).
Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos.
Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 25% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas não têm gerado transformação de vida em nosso povo.
A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).
Que Deus nos restaure essa visão.
***
Sobre o autor: Rev. Ageu Cirilo é pastor da Igreja Presbiteriana Vila Guarani, São Paulo, diretor doJMC e membro do Conselho Editorial da CEP.
Texto extraído do jornal Brasil Presbiteriano de Maio de 2013, via Web Evangelista / Bereianos.

Obs.: Aproveitando este artigo do Rev. Ageu, sugiro também a leitura de um artigo de minha autoria sobre o mesmo assunto, escrito em 2012, onde faço uma abordagem mais ampla: “A Marcha que nunca foi para Jesus.” Ruy.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Cafungada Gospel!

Cafungada gospel

Ex-vereador e pastor de MS é preso com droga em São Paulo



CORREIO DO ESTADO

O ex-vereador e pastor evangélico (PSDB) em Ponta Porã, João Langer, 48 anos, foi preso, no último sábado (4), acusado de transportar 52 quilos de pasta base de cocaína camuflados no veículo que dirigia, uma Hillux, com placas de Amambai (MS).

Ele foi preso por policiais do Tático Ostensivo Rodoviária (TOR), na Rodovia Washington Luis, KM 327, em Taquaritinga.

abordagem foi feita com o apoio da Polícia Militar. Em revista ao veículo, foi encontrada a pasta base de cocaína dentro do para-choque dianteiro, abaixo do farol, metade de cada lado.

Os policiais do TOR, juntos com os da PM, se deslocaram até a Polícia Federal de Araraquara, onde o João foi autuado em flagrante e encaminhado à Cadeia Pública de São Carlos.

Apesar da prisão ter sido feita no sábado à tarde, somente na quarta-feira (8) a Polícia Federal de Araraquara divulgou as informações.




Dica do Zilton Alencar

Fonte:http://www.genizahvirtual.com/2013/05/cafungada-gospel.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Descaso com a Pregação!


O descaso com a pregação

Por Gutierres Fernandes Siqueira

O pentecostalismo tradicional em nada difere do neopentecostalismo no descaso com a pregação. Infelizmente, pregadores que honram a Jesus Cristo com uma boa interpretação bíblica são minoria. Há toda uma cultura de desvalorização do bom e velho sermão. Vejamos:

Exegese é extrair a mensagem do texto.
A perversa eisegese é colocar a sua própria ideia no texto.
a) O esboço é raro. É quase tudo na base do improviso. E o pior, ainda colocam o Espírito Santo para justificar a preguiça de preparar um sermão. Todos sabem que preparar uma mensagem estruturada é um baita trabalho. Além disso, Deus em nada ficará impedido de falar por uma mensagem previamente estudada, pois Ele fala pela Palavra e ela não volta vazia.

b) A tônica é a performance artística. Os gritos, gestos, histórias e danças com os braços trazem para o pregador pentecostal a performance de um artista. Mas, é claro, profeta não é artista e artista não é profeta. Infelizmente, muitos cultos se assemelham a um circo. Nunca leram I Coríntios 14?

c) O texto bíblico? Um mero detalhe. A pregação não é conduzida pelo texto bíblico, mas o texto bíblico é conduzido pela "mensagem" do pregador. É a famosa eisegese. Essa palavra vem do grego eisegesis e significa "ato de introduzir, propor, de dar conselho”. Ou seja, é alguém que quer introduzir uma mensagem no texto lido. E deveria ser justamente o contrário, pois a mensagem deveria surgir a partir do texto lido. Essa é a boa exegese.

Nada do que falei é novidade, mas parece que a mente dos pregadores pentecostais está cauterizada. Quando isso acontece é um caso sério para orações.

Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/2013/05/o-descaso-com-pregacao.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sábado, 25 de maio de 2013

Se João Batista Fosse Famoso!


SE JOÃO BATISTA FOSSE FAMOSO

roqueiroPor Rodolfo Gois
Luzes, câmeras, multidão. Esta é a marca do sucesso. Esta é a dica de que algo está funcionando. Pelo menos é isso que a gente vê hoje em dia. João Batista era um “produto exportação” do seu tempo. Tinha até estilo exclusivo (“usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de couro e comia gafanhotos e mel do mato”, v.6). Hoje em dia isso aumentaria o seu sucesso e alavancaria os multiprodutos com a sua marca: Grife JB, Snacks em forma de grilo com gostinho de mel, artigos de couro do João, além da família de bonecos. Pelo menos quatro linhas de produtos de sucesso, sem contar os milhões de acessos garantidos nos reprodutores de mídia online que lhe dariam bons retornos financeiros com os patrocínios no seu canal exclusivo.
Ele tinha uma mensagem forte, tinha uma imagem forte, tinha uma presença marcante; ele tinha um público fiel, tinha influência sobre as pessoas, era popular. Ele tinha tudo pra ser a estrela da sua geração. Ele tinha seus seguidores, seus discípulos. Ele até foi confundido com o Messias que haveria de libertar o povo.
Talvez muitos a sua volta o serviam, davam presentes, ofereciam seus “préstimos”. Tudo estava dando certo. Tudo estava correndo bem. Dá até pra imaginar o “ar” de satisfação de seus “assessores e diretores de marketing”.
No “auge da sua carreira”, entretanto, João faz uma declaração que poderia deixar todos perplexos. Ele diz que havia alguém “mais importante do que ele”. Isso não é uma coisa que uma celebridade pode dizer a qualquer um e a qualquer momento. Ele vai além: “não mereço a honra de me abaixar e desamarrar…”. Como pode João falar isso?! Primeiro, abaixar-se para alguém é um sinal de submissão; segundo, desamarrar as correias de uma sandália era função de um escravo bem “rebinha”, talvez o de mais baixo valor da casa; terceiro, ele diz que isso seria uma honra; quarto, ele reconhece que não merece tal honra. Que que é isso, rapaz!
No auge do sucesso João se coloca na mais baixa condição. Mas ele não se importa, nem treme, nem sua a frio, nem titubeia. Declara de boca cheia e com imensa convicção. Este antimarketing poderia causar um grande prejuízo nos empreendimentos com a sua marca e sua imagem. Mas ele não se importava, porque sabia que maior que o seu discurso era aquele a quem ele estava preparando o caminho. João sabia que mais valiosa que a sua popularidade era a integridade da sua missão. Sabia que o melhor lugar era estar aos pés de Jesus, mas que isso não dependia dos seus méritos, e sim da graça divina.
Ao avaliar o decorrer da história, logo chego à conclusão de que mais alto que o topo do mundo é o lugar onde reconhecemos que desamarrar as sandálias do nosso Senhor é uma honra, e não a merecemos.
Popularidade hoje é fácil de conquistar. Integridade e fidelidade à missão é uma outra história. Façam as suas escolhas.
“Muitos moradores da região da Judeia e da cidade de Jerusalém iam ouvir João. Eles confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio Jordão… Ele dizia ao povo: – Depois de mim vem alguém que é mais importante do que eu, e eu não mereço a honra de me abaixar e desamarrar as correias das sandálias dele”. (Marcos 1.5-7)
***
Publicada Originalmente no Ultimato, via UMP da QUARTA. Divulgação: Púlpito Cristão.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Nota de Falecimento!


Nota de Falecimento



Carlos Moreira


Hoje tomei conhecimento de algo que já era aguardado por muitos: a notícia de que o cristianismo faleceu. Ao contrário do que talvez se pense, não foi uma morte repentina, uma vez que sua falência múltipla já se arrastava por, pelo menos, meio século. Morreu de infecção generalizada!

Na verdade, a saúde do cristianismo nunca foi boa. Isso podia ser percebido já em seus primeiros anos. Sua origem está associada ao movimento chamado “os do Caminho”, que remonta aos primeiros discípulos de Jesus, o Cristo. No segundo século, este grupo havia crescido assustadoramente, tinha seguidores em todas as camadas da sociedade e na maior parte do mundo habitado.

No quarto século, todavia, o “movimento do Caminho” sofreu um duro golpe: foi transformado pelo imperador romano Constantino na religião oficial do império. Essa institucionalização, que se deu em 325 d.C., numa reunião denominada de Concílio de Nicéia, estabeleceu a ruptura definitiva entre os antigos seguidores de Jesus e os que passaram a organizar e normatizar essa nova fé.

A idade média foi muito dura com o cristianismo. Já como religião dominante do ocidente, ele viu-se em voltas com inúmeros problemas. Teve de lidar, dentre outros, com a infiltração e o crescimento de falsas doutrinas, além da grave corrupção do clero. Apesar de ter se estabelecido como um poder terreno, tanto político quanto religioso, começava a apresentar os primeiros sinais de doença grave.

O auge dessa crise, contanto, se deu na idade moderna, no século XVI. Foi nesse período que o cristianismo enfrentou mais um sério problema: o seu mais contundente cisma. Denominado de Reforma Protestante, foi liderado por um monge alemão de nome Martinho Lutero, e refletiu o desejo de mudança que já se podia sentir pelo menos 200 anos antes.   

As intenções da Reforma eram boas, mas seus desdobramentos mostraram que ela não se constituiu no remédio definitivo para a “cura do mal”. Polarizado, tendo de um lado a igreja de Roma e do outro as centenas de denominações Protestantes, o cristianismo começou a agonizar. Na idade contemporânea, estava infectado por politicagem, corrupção, desvios, fragmentações, o que acelerou o agravamento de sua situação.

O século XXI iniciou com o cristianismo já em estado de coma. Os últimos anos do século XX foram decisivos para sua decadência final. Os problemas generalizaram-se, em todas as esferas, e atingiram duramente seus líderes. Escândalos sem precedentes marcaram sua derrocada. Entre os mais graves, casos de pedofilia, de enriquecimento ilícito, prostituição no clero, lavagem de dinheiro e os sucessivos e agora insustentáveis desvios doutrinários. A morte era só uma questão de tempo. Enfim, chegou.

Quero aqui me solidarizar com mais de dois bilhões de fiéis que ficaram órfãos de sua religião. Sinto a dor dos que foram manipulados, espoliados, dos que foram iludidos com falsas esperanças. Sim, choro com você que acreditou num deus feito pelos homens, numa fé calcada em magia, numa proposta de mudanças epidérmicas, que alteram a aparência, mas que jamais chegam aos escaninhos da alma e as câmaras do coração.

Querido amigo, sou reverente com sua dor. Sinto pelo engano do qual você se tornou vítima. Apesar de sua mente ter passado por uma “lavagem”, sua consciência nunca foi ressignifcada. Suas práticas não lhe levaram a nada porque eram apenas ritos ocos, regras tolas, nunca se constituíram em mudança profunda no caráter que produzisse frutos de justiça.

Estou certo que suas intenções eram boas. Mas, convenhamos, é impossível que doutrinas judaizantes, simbiotizadas com religiões de mistérios antigas e filosofias gregas, sobretudo a lógica aristotélica, pudesse fazer alguém transcender e chegar ao Deus Eterno. Isso, creia-me, só é possível por meio do Sangue de Jesus de Nazaré, uma vez quebrantado o coração por causa da Graça e acesa a consciência para o arrependimento por meio da fé.

Notícias que chegam a todo instante dão conta de que o sepultamento do cristianismo ainda não tem data certa. Neste momento, há intensa discussão sobre o local, que poderá ser a Basílica de São Pedro, a catedral de Westiminster ou a catedral de Canterbury, e também sobre quem deverá ser o oficiante da cerimônia.

Em todo o mundo, grupos religiosos se preparam para receber o “espólio” dos cristãos, não só os bens da igreja, que são numerosos, mas, sobretudo, as pessoas. Acredita-se que a migração será fragmentada, com grupos aderindo ao islamismo, outros retornando ao judaísmo, e ainda os que buscarão religiões espiritualistas orientais.

A boa notícia, em meio a toda essa tragédia, é que ainda sobrevive um pequeno remanescente dos que acreditam em Jesus de Nazaré. Em todo o mundo, discípulos do profeta da Galiléia continuam a reunir-se em casas, escolas, pequenos auditórios e igrejas para celebrar ao Deus Verdadeiro. Eles se dizem oriundos do “movimento do Caminho”, o qual está associado aos primeiros apóstolos e pais da igreja dos dois primeiros séculos.  

Esse grupo permanece, até hoje, fiel a Escritura Sagrada, amando a Deus sobre todas as coisas e sendo solidário com o próximo. Curiosamente, eles sempre se fizeram presentes na história, ora coexistindo dentro do próprio cristianismo, ora correndo paralelo a ele. Surpreendentemente, a fé destes discípulos de Jesus sobreviveu há séculos de crendices e hoje parece ter se tornado madura e consistente.

Trata-se de gente carregada de uma singeleza no olhar, pois eles são mansos, humildes, cheios de compaixão e misericórdia. Não será difícil reconhecê-los. Estão sempre dispostos a ajudar, são coerentes com aquilo que pregam e vivem, falam de esperança, amam com sinceridade, são desapegados.

Quais errantes, eles estão em todo lugar, e sempre anunciam o que chamam de Evangelho. Essa mensagem milenar, que parecia totalmente esquecida, apregoa que Deus se reconciliou com os homens por intermédio de Jesus, não mais imputando aos mesmos os seus pecados, mas assegurando a todo o que crê a vida eterna.

Quem desejar conferir que fique atento! Pode existir um grupo destes bem próximo a você. Vale a pena visitá-los e conhecer a extraordinária mensagem que eles carregam encarnada em si mesmos.





Carlos Moreira é editor do Genizah e também escreve para a Nova Cristandade.


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/05/nota-de-falecimento.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Hora de acabar com a farra dos lobos!


Hora de acabar com a farra dos lobos!



Por Hermes C. Fernandes

Paulo jamais experimentara uma despedida como aquela. Os irmãos efésios simplesmente não admitiam sua partida. Embora tenha passado apenas dois anos ali, sua dedicação em tempo integral criou um forte laço de amor entre eles.

Sua consciência estava tranquila, pois em suas próprias palavras, nada que útil fosse, deixou de anunciar e ensinar "publicamente e nas casas" (At.20:20). Repare nisso: todo o ministério de Paulo junto aos efésios se dava num ambiente aberto, sem segredos, sem mistério. Era nesse ambiente aberto que Paulo lhes anunciara todo o conselho de Deus (v.27). Ele jamais deixara nada para uma ocasião especial, pois sabia que a qualquer momento Deus o requisitaria para outro lugar, e por isso, queria estar inocente do sangue daquela gente.

Agora, ele tinha que convencê-los de que era "compelido pelo Espírito" que ia para Jerusalém, mesmo sabendo que o que o esperava eram prisões e tribulações. Mas tudo bem! Afinal de contas, Paulo não tinha sua vida por preciosa, desde cumprisse com alegria o ministério que recebera do Senhor, dando testemunho da graça de Deus.

Chegara a hora da despedida! Nunca mais aquele povo o veria novamente. Olhando para os que ficariam responsáveis pelo rebanho, Paulo diz: "Olhai por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (v.28).

A coisa é séria! Cuidar do rebanho de Deus é a melhor declaração de amor que podemos fazer a Ele. Por isso, quando Pedro respondia que amava ao Senhor, Jesus lhe dizia: Apascenta minhas ovelhas! O rebanho não é meu, não é da igreja A, B ou C. O rebanho é do Senhor, e foi comprado com o sangue de Deus! Se escandalizou com esta expressão, volte a ler o texto e verifique se não é isso que diz ali: Sangue de Deus.

Naquele momento de impasse, Paulo embarga a voz, engole seco, e diz: "Sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho" (v.29).


Se ele pudesse, certamente ficaria por ali mesmo, para afugentar esses lobos cruéis, que certamente já espreitavam o rebanho, esperando apenas pela sua saída.

A crueldade é a primeira característica desses lobos. Por isso, eles não poupam o rebanho. Não se satisfazendo só com a lã, querem também sua carne, seu sangue, sua alma.

Esses lobos não viriam de fora, mas emergiriam de dentro do próprio rebanho, falando coisas perversas com uma única finalidade: "atrair os discípulos após si" (v.30). Não eram lobos vira-latas, mas lobos com pedigree.

Em vez de atrair as pessoas a Cristo, preferem atraí-las a si, com seu carisma, com sua atenção, com seu amor fingido, com palavras elogiosas e falsas. Pena que as pessoas sejam tão propensas a acreditar nesses lobos. Escrevendo a Tito, Paulo os apresenta como "insubordinados, faladores vãos, e enganadores" (1:10). O que fazer com eles? Deixá-los à vontade para que se sirvam das ovelhinhas de Jesus? Definitivamente, não! "É preciso tapar-lhes a boca, porque transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância" (v.11).

Já que não dá pra evitar a aproximação desses lobos cruéis, vamos colocarfocinheiras neles, para que não devorem as ovelhas de Deus. Vamos mostrar para esses lobos, que a igreja de Cristo não lhes servirá mais de playground. Chega de se divertirem às custas do rebanho de Deus. Vamos colocá-los para jejuar. Se quiserem se alimentar, terão que mudar seu cardápio. Ovelhas, não mais!

E para tapar-lhes a boca, temos que denunciá-los, expor suas intenções, revelar suas estratégias. Não podemos nos calar, pois isso seria fatal. Em outras passagens, Paulo se refere a esses maus obreiros como cães. Eu diria mais: cães raivosos. Quando não matam a ovelha, transmitem-lhe raiva. A gravidade da situação era tamanha, que Paulo conclama os efésios a se lembrarem que durante três anos ele não cessou de admoestá-los com lágrimas noite e dia.

Não brinque com coisa séria! Famílias inteiras têm sido devoradas por esses lobos vorazes.

Que nossa admoestação seja, ao mesmo tempo, um cajado para resgatar as ovelhas que já estiverem na boca desses lobos, e uma vara impiedosa para colocá-los pra correr.

Um último aviso para você, lobo cara-de-pau: Desista das ovelhas do Senhor! Se quiser, fique de longe babando, mas não se atreva a se aproximar, caso contrário, você experimentará a fúria do Bom Pastor.

Está dito!


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 21 de maio de 2013

DEUS escolhe os seus e isso excede nosso entendimento!


DEUS ESCOLHE OS SEUS E ISSO EXCEDE O NOSSO ENTENDIMENTO

homem-solitario-na-praia-ac472Por Antognoni Misael
Ao lermos sobre a conversão de Saulo, ficamos maravilhados com a Graça de Deus. Aquele homem que até então “ainda respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”, que durante muitos anos perseguiu aqueles que amavam a Jesus, que consentiu com a morte de Estevão quando este prenunciava o Evangelho da Graça de Deus, subitamente é escolhido por Jesus para sua obra.
Através da conversão de Saulo, alguns simples pontos podemos aprender aqui:
1) É Deus que por Sua Graça nos escolhe. Saulo em nenhum momento desejou ao Senhor, do contrário, o perseguia (Atos 9:4). Enquanto este em sua trajetória a Damasco cogitava prender discípulos de Jesus, foi interceptado pelo próprio Cristo (Atos 9.5). Naquele encontro não houve apelo, barganhas, promessas de bênçãos materiais, ou coisa do tipo. Deus simplesmente realizou a Sua vontade! C.H. Spurgeon comenta belamente que “a Graça de Deus não viola a vontade humana, mas triunfa docemente sobre ela”. Isto significa que aquele que é agraciado por Deus de modo algum resistirá a Sua vontade!
2) A Graça de Deus excede o nosso entendimento! O que quero dizer é que se cogitássemos a oportunidade nos dada por Deus de escolhermos alguém para salvação certamente não escolheríamos salvar alguém como “Saulo” – pedra de tropeço para o avanço da Igreja de Deus. Mas amor de Deus nos constrange e choca a nossa religiosidade – quando ao escolher Paulo para sua obra, logo ouviu de Ananias palavras de ponderações: “Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quanto males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome” (At 9.13-14). É evidente que este amor de Deus não nos seleciona por níveis de moralidade, “bondade”, obras ou mérito humano. A escolha de Paulo por Deus deixa claro que não há como compreender esse amor!
3) Ser salvo pela Graça gera conceitos e certezas a respeito de Deus. Paulo evidenciou vários conceitos a respeito de Deus e do homem que foram destacados em suas cartas.
Não há um justo sequer (Rm 3.10)
Deus usa a Sua misericórdia como Lhe aprouve usar (Rm 9.15)
Dos pecadores sou o Pior (1 Tm 1.15)
Deus prova o Seu Amor para conosco mesmo sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8)
Não vivo eu mais Cristo Vive em mim (Gl 2.20)
Sou escravo de Cristo (Fp 1.1)
A Sua Graça me alcançou para ser santo e irrepreensível (Ef 1.4)
É Ele quem rege a nossa história operando o querer e o efetuar (Fp 2.13)
Na Graça de Deus tudo coopera para o meu bem (Rm 8.28)
A Sua Graça deve me valer mais que tudo (2Co 12.9)
Toda fonte de riqueza, sabedoria, ciência vem dEle! (11.33)
Termino dizendo que a compreensão da Graça de Deus não nos serve para legitimar alguma linha teológica. Longe de querer empurrar o calvinismo goela abaixo de muitos irmãos, reafirmo que experimentar e compreender a Graça de Deus é uma forma consciente e gloriosa de dizer: porque dEle e por Ele, e para Ele são todas as coisas, Glória a Ele eternamente, Amém! (Rm 11.36)
***
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Inversões!



Inversões

Era para ser igreja, mas virou empresa
Era para ser pastor, mas virou lobo
Era para ser luz, mas amou a escuridão
Era para ser Jesus, mas preferiu Barrabás
Era para ser pela Bíblia, mas enveredou pelo que dizem os homens

Era para ser sinal, mas já virou o fim em si mesmo
Era para ser testemunho, virou vergonha
Era para ser milagre, agora é rotina
Era para ser vibrante, ficou maçante
Era para ser sagrado, prostituiu-se
Era para ser caminho de cruz, agora é passarela de astros
Era para ser... não é
Não é mais o lugar da simplicidade, agora tudo é escandaloso
Não é mais a sagrada comunhão dos fraternos, é o cansativo clube dos iguais
Não é mais o espaço da alegria, está vigiada pela suspeita da inveja
Não é mais pela força da unidade, é pelo tamanho numérico
Não é mais pela força do abraço, mas pela violência do braço
Não é mais a beleza de um judeu errante da Galileia, é a divindade disfarçada de pastor
Não é mais pela fé, é pela vitória financeira
Não é mais... não somos mais... deixamos de ser...


In-verso, a rima perdida na dor do não-ser


Um abraço!
Alan Brizotti

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Eram 100 Ovelhas!


Eram 100 Ovelhas!

Jesus conta que, ao notar a falta de uma de suas ovelhas, assim como qualquer bom pastor, sai a sua procura.

No momento que se faz parte de um aprisco, e percebe-se ovelha carente de cuidados do Sumo Pastor, Ele deixa tudo em segurança, para aquelas que ficaram saibam se proteger apesar do ambiente propício e vai, buscar a que idiotamente buscou coisas de lobo quando só sabem ser herbívoras.

A parábola mostra a liberdade que cada um tem em abandonar o aprisco, se assim o quiser, e começar a uivar e ladrar como qualquer cão. O que o Cristo buscará estará balindo, e é esse som emitido que atraíra o grande Pastor.

Qual pior castigo pode existir que perecer como lobo quando podemos ser resgatados como ovelha?

A imagem foi uma dica de Suderland Guimarães

Fonte:http://www.cristaoconfuso.com/2013/03/eram-100-ovelhas.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu Porém vos Digo...


Eu Porém vos Digo...



Carlos Moreira

Quando Jesus começou a anunciar o Reino de Deus, sua proposta não se referia a mudanças na religião de Israel, mas tratava da transformação da consciência dos indivíduos. Estava claro que seu objetivo não era fazer remendos na debilitada lei judaica, mas instaurar um novo proceder que fosse para além das questões relativas à norma.

“Ouvistes o que foi dito...”, afirmava o Galileu. Sua fala referia-se aos velhos ditames da Torá. Ele estava confrontando àquilo que era discernido como espiritualidade, mas que, na verdade, envenenava a alma. Aquela geração vivia calcada em regras estéreis, baseadas na estética comportamental, que valorizavam a performance. Jesus, todavia, oferecia conteúdos éticos, que transformavam interiores e regeneravam o ser.

“Eu porém vos digo...”, insistia Ele. Era uma proposição que visava ressignificar práticas existenciais. A lei havia caducado, transformara-se num conjunto de doutrinas perversas e tradições histórico-culturais. Chegara a um ponto em que era melhor deixar alguém sofrendo com um aleijão do que curá-lo em dia de sábado. Instaurara-se no coração dos homens a condescendência com a hipocrisia.

Estou certo de que um dos maiores perigos da religião é quando ela vira ideologia. Se perguntarmos a alguém em uma comunidade se ele já aceitou a Cristo, ouviremos: “sim, eu tomei essa decisão. Certo dia levantei minha mão e dei um passo à frente”. Esse ato, todavia, raramente é seguido de qualquer mudança interior, pois o que o sujeito fez foi dizer que concorda com as regras seguidas pela coletividade.

É um tipo de “decisão” que não possuiu qualquer desdobramento para dentro, restringiu-se ao que se pode perceber do lado de fora. Ela fez com que o sujeito incorporasse trejeitos, mudasse o tom da fala, alterasse a agenda. Tudo isso, contudo, jamais se projetou para o ser. Conversão, de fato, diz respeito a mudar a consciência, com vistas a que se possa materializar no caminho “frutos dignos do arrependimento”.

Quando isso acontece, a pessoa é capaz de perceber o outro, solidarizar-se com os caídos, tornar-se reverente com a dor do que sofre, aceitar o diferente, buscar a justiça, falar a verdade, amar sem ser amado. Não existe fé que não se desdobre! Uma espiritualidade voltada para si mesmo adoece todo aquele que dela se torne refém.

“Se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”. Essa é a difícil constatação de Jesus. Tenho percebido que há mais gente de bem fora das igrejas do que dentro delas. Vejo cristãos se esforçando para tentar chegar à média comportamental da sociedade. Triste ver que somos um povo cheio de carismas, mas totalmente esvaziados de caráter.      

Em tempos de prosperidade, falsificação doutrinária, barganhas com o sagrado, querer viver o bom e simples Evangelho coloca a pessoa na contra-mão do fluxo. Fazer o quê? Talvez, lembrar de Isaías: “Senhor, quem deu ouvidos a nossa pregação?”. 



Carlos Moreira é editor do Genizah e também escreve na Nova Cristandade.


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/05/eu-porem-vos-digo.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Graça Rara, Nossa Pérola Negra!


Graça rara, nossa pérola negra



Por Hermes C. Fernandes

Como atribuímos valor a algo? Que critérios usamos? Por que algo que tem valor incomensurável para um, não tem valor algum para outro?

Recentemente assistia a um programa no History Channel chamado “Trato feito” apresentado pelos donos de uma loja que compra e vende antiguidades. Alguns itens que lhe foram oferecidos me chamaram muita atenção. Dentre eles, um exemplar antigo do livro “Drácula” de 1897 (se não me falha a memória, da primeira edição) assinado por Bram Stoker, o homem responsável pelo mito moderno dos vampiros. O livro com a capa puída, as páginas amarelas (algumas comidas por traças), foi vendido por milhares de dólares pelo simples fato de ter a assinatura do autor. Um exemplar adquirido em qualquer livraria talvez saísse por menos de trinta reais. O que levaria alguém a pagar dez mil dólares por um livro velho soltando páginas? Vai entender...

Outro veio com um relógio de bolso que teria sido de Abraham Lincoln, o mais popular presidente dos EUA. Depois de atestada a veracidade da peça, ofereceram-lhe duzentos e cinquenta mil dólares. Quando o especialista lhe disse que seria possível conseguir até um milhão de dólares num leilão, o dono da peça agradeceu a oferta e partiu, esperançoso de vendê-la por quatro vezes o que lhe estava sendo oferecido. Tudo isso porque aquele relógio um dia esteve no bolso e na mão de um herói nacional americano.

Um caso muito interessante foi o de um rapaz que trouxe uma bandeja e uma cumbuca de prata que teriam sido roubados por seu avô da casa de veraneio de Hitler. Os itens traziam seu nome e a suástica, símbolo do partido nazista. De acordo com ele, seu avô teria sido soldado na segunda guerra mundial e durante a tomada da Alemanha pelos aliados, aproveitara para furtar a prataria pertencente ao Führer. Depois de ouvir que seu avô era um herói, achou que conseguiria uma ótima oferta pelos itens, mas ficou desapontado quando os apresentadores do programa se recusaram a comprá-los por estarem vinculados a um dos mais terríveis capítulos da história.

O último caso que me chamou atenção foi de uma mulher que queria vender uma boneca estilo Barbie vestida de enfermeira. Examinada por um especialista em brinquedos antigos, a boneca pertencia a uma linha de brinquedos para meninos lançada em 1964. Como era época de guerra, a fábrica de brinquedos lançou vários bonecos de soldados (ao estilo do Falcon, alguém se lembra?), dentre eles uma boneca enfermeira. Como se tratava de uma boneca, os meninos se recusaram a comprar e ela acabou empoeirada nas prateleiras das lojas de brinquedo. As meninas também não se interessaram porque a boneca era de uma linha de brinquedos de menino. Quase cinquenta anos depois, essa mesma boneca se tornou uma raridade disputada por colecionadores. A mulher conseguiu vendê-la por dois mil e quinhentos dólares. Ao sair da loja de antiguidades, o repórter perguntou se estava satisfeita com o negócio e ela respondeu: - Claro! Comprei-a por 50 e vendi por 2.500!

Usei estes quatro exemplos para buscar uma resposta à minha pergunta: como atribuímos valor a algo?

Penso que Jesus nos oferece uma resposta consistente em duas de suas parábolas:
"O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou". Mateus 13:44-46
A maior parte das parábolas contadas por Jesus tinha o objetivo de explicar o que era e como funcionava o reino de Deus. Diferente dos reinos deste mundo, o reino de Deus não pode ser localizado geograficamente. Ninguém pode apontá-lo num mapa. Ele é, por assim dizer, uma escala de valores proporcionalmente inversa àquela tão cara ao mundo. Ao nos convertermos somos introduzidos neste reino de modo que muito daquilo que antes tanto valorizávamos, já não representa coisa alguma para nós, enquanto o que antes desprezávamos, passa a ser aquilo a que mais atribuímos valor.

Daí a importância de passar pelo o que Jesus chamou de “novo nascimento”. Sem que sejamos regenerados (gerados novamente), nossos olhos não podem vislumbrar o reino de Deus, e consequentemente, não estamos aptos a integrá-lo.

As réguas pelas quais o mundo afere todas as coisas são a posse, o poder e oprazer. Algo só tem valor se nos proporciona uma dessas coisas. Já no reino de Deus, em contrapartida, valoriza-se o desapego, a humildade e o serviço, valores antagônicos àqueles. Em vez de perguntarmos que benefício aquilo nos proporcionará, perguntamos que bem aquilo resultará e quantos dele se beneficiarão.

Segundo Jesus, o reino de Deus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O que é um tesouro, afinal? Pode ser o que alguém com muito sacrifício amealhou durante toda a vida. Para aquele que o achou, nada custou. Mas para aquele que o escondeu ali, pode ter custado toda a sua vida. O que faz aquele homem que topou com ele acidentalmente? Ele sabe que o campo tem dono. Mas provavelmente o dono desconhece a existência do tesouro. Aproveitando-se disso, aquele homem vai, vende tudo quanto tem e lhe faz uma oferta. Talvez o dono do campo tenha se surpreendido com o valor oferecido. Ele jamais suporia que suas terras valessem tanto.  Mas o comprador sabe de algo que ele desconhece. Ele compra o campo mas o que realmente interessa é o que nele está escondido.

Aprendemos com isso que não se pode avaliar nada superficialmente. Abaixo das sucessivas camadas de poeira pode haver um tesouro. Por trás da aparência simples de uma criança pode haver um extraordinário potencial ainda latente. Mas quem se dispõe a cavar? No reino de Deus vale mais a vocação, isto é, aquilo a que se destina algo/alguém do que sua situação atual.

Aquele homem vende tudo o que tem para adquirir o campo. O valor que atribuímos a algo é proporcional àquilo de que estamos dispostos a abrir mão para adquiri-lo.

Na segunda parábola, Jesus diz que o reino de Deus é como um negociante que procura e acha uma pérola de grande valor. Ele faz exatamente como o da primeira parábola: vende tudo o que tem para adquiri-la.

Como alguém poderia dispor de toda uma vida por um único objeto? Ora, aquele homem já negociava pérolas. Aquela era a sua profissão. O que ele teria visto naquela pérola em particular que valeria toda uma vida de trabalho?

Na época, a cobiça pelas pérolas era tão grande que os registros históricos mostram que no apogeu do império Romano, o general Vitellius financiou um exército inteiro vendendo apenas um dos brincos de pérola de sua mãe. Todavia, Jesus usa o artigo definido para referir-se a tal pérola. Portanto, não se tratava de uma pérola comum, o que já seria sobremodo valiosa. Embora Jesus não especifique, acredito que se tratava de uma pérola negra, a mais rara dentre as pérolas.

Valorizamos algo de acordo com sua indisponibilidade. Quanto mais raro, maior valor lhe atribuiremos. Vale aqui a lei da oferta e da procura.

Uma pérola negra não é mais bela que uma pérola comum. Até seu brilho é inferior. No entanto, pérolas negras são raríssimas. Somente uma espécie de ostra encontrada no Taiti chamada pinctada margaritifera é capaz de produzi-la. Esta ostra possui uma listra negra em seu interior. Se a pérola se formar em contato com a listra, a pérola resultante será negra. Entretanto, mesmo entre essas ostras isso é um fenômeno raro – acontece uma vez em cada 10 mil.

Pérolas negras não são produzidas em série. Tudo quanto Deus faz é raro, é único, é especial. As coisas de Deus não são comuns. A própria graça de Deus é um fenômeno raro. Quantos bilhões de seres humanos já viveram neste planeta? Mas quantos deles poderiam arcar com o alto preço de nossa salvação? Quantos seriam aptos? Para tal teriam que ter vivido neste mundo sem ter praticado um único pecado. Alguém se habilitaria? Não foi à toa que João chorava desesperadamente em sua visão registrada em Apocalipse, “porque ninguém fora achado digno” (Ap.5:4a).

Jesus é a nossa pérola negra, aquele que “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (Is.53:2). Desprovido de beleza, porém, raro, raríssimo, sui generis.

Se considerarmos o livro de Cânticos e o relacionamento de Salomão e Sulamita como uma alegoria do relacionamento entre nós e Cristo, faremos coro à resposta que ela dá às suas amigas:

“Que diferença há entre o seu amado e outro qualquer, ó você, das mulheres a mais linda? Que diferença há entre o seu amado e outro qualquer, para você nos obrigar a tal promessa? O meu amado tem a pele bronzeada; ele se destaca entre dez mil.” Cânticos 5:9-10

Estatisticamente, qual a probabilidade de surgirem na humanidade pessoas como Leonardo da Vinci, Mahatma Gandhi, Albert Eistein, Siddarta Gautama, Maomé e outros? Ínfimas, provavelmente. E qual a probabilidade de surgir alguém como Jesus Cristo, capaz de reatar nossa comunhão com Deus? Absolutamente, zero!

Portanto, tudo o que se refere a Ele é raro, raríssimo. Seu Reino é único. Sua graça é ímpar. Quem não entendeu isso certamente não teve seus olhos desvendados ainda, e, por isso, não pôde contemplar o esplendor do Seu reino, nem ter consciência da inefabilidade de Sua graça.

Se não percebermos o quão rara é a graça, não lhe atribuiremos o devido valor. Corremos o risco de a confundirmos com uma graça barata, expressão cunhada pelo teólogo alemão Bonhoeffer.

Apesar de a salvação nos ser oferecida gratuitamente, ela custou muito caro a Ele, da mesma maneira que a produção de uma pérola custa muito caro à ostra. O único trabalho que o negociante de pérolas tem é o de encontrar a ostra e abri-la. Devo admitir que não é nada fácil abrir uma ostra hermeticamente fechada. E não adianta tentar quebrá-la. Sua casca é duríssima. A melhor saída é esperar o momento em que a ostra se abre por si só, revelando assim o seu conteúdo.

Jesus diz que até os dias de João Batista o reino de Deus era tomado à força. Porém, até ali, ninguém havia obtido êxito em apossar-se de tão preciosa pérola. Mas, chegada a plenitude dos tempos, a ostra se abriu e a pérola tornou-se disponível aos homens.

Embora seja exteriormente resistente, a ostra é interiormente muito sensível. Talvez mais sensível que os olhos humanos. Se um cisco no olho é capaz de nos levar ao desatino, imagine o que significa para a ostra quando seu interior é invadido por um grão de areia. A dor é incalculável. Sua reação para tentar diminuir o desconforto é cobrir o grão de areia com camadas de carbonato de cálcio. A substância vai endurecendo até formar a pérola.

Pode-se dizer que pérola é a cicatriz da ferida causada pelo grão de areia invasor.

Da mesma maneira, para que o reino de Deus nos tornasse acessível, Jesus teve que ser ferido. Isaías profetizou cerca de setecentos anos antes, que Ele seria“desprezado e o mais indigno entre os homens; homem de dores e experimentado no sofrimento. Como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is.53:3).

Jesus recebeu em Seu corpo inocente feridas em todas as extremidades, nas mãos, nos pés, na cabeça, nas costas e no tronco. As feridas deixaram de sangrar. Mas as cicatrizes permanecem mesmo em Seu corpo glorificado. Elas são as testemunhas do preço pago pela nossa redenção e admissão no reino de Deus. Não é por coincidência que as doze portas da Nova Jerusalém, símbolo de sua igreja e do seu reino, são representadas por doze pérolas (Ap.21:21).

Será que temos atribuído o devido valor a esta graça? De que estaríamos dispostos a abrir mão por ela? Quanto vale o que custou a vida do único inocente a ter passado por esta terra? Pois o valor de Sua vida é proporcional ao valor da salvação que nos é oferecida gratuitamente. Não valorizar isso é pisar o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança e insultar o Espírito da graça (Hb.10:29).


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

Seguidores