quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Coisas que até um ateu pode ver!


Coisas que até um ateu pode ver

Um número razoável de cientistas e filósofos ateus ou agnósticos vem em anos recentes engrossando as fileiras daqueles que expressam dúvidas sérias sobre a capacidade da teoria da evolução darwinista para explicar a origem da vida e sua complexidade por meio da seleção natural e da natureza randômica ou aleatória das mutações genéticas necessárias para tal.

Poderíamos citar Anthony Flew, o mais notável intelectual ateísta da Europa e Estados Unidos que no início do século XXI anunciou sua desconversão do ateísmo darwinista e adesão ao teísmo, por causa das evidências de propósito inteligente na natureza. Mais recentemente o biólogo molecular James Shapiro, da Universidade de Chicago, ele mesmo também ateu, publicou o livro Evolution: A View from 21st Centuryonde desconstrói impiedosamente a evolução darwinista.
Thomas Nagel

E agora é a vez de Thomas Nagel, professor de filosofia e direito da Universidade de Nova York, membro da Academia Americana de Artes e Ciências, ganhador de vários prêmios com seus livros sobre filosofia, e um ateu declarado. Ele acaba de publicar o livro Mind & Cosmos (“Mente e Cosmos”) com o provocante subtítulo Why the materialist neo-darwinian conception of nature is almost certainly false (“Por que a concepção neo-darwinista materialista da natureza é quase que certamente falsa”), onde aponta as fragilidades do materialismo naturalista que serve de fundamento para as pretensões neo-darwinistas de construir uma teoria do todo (Não pretendo fazer uma resenha do livro. Para quem lê inglês, indico a excelente resenha feita por William Dembski e o comentário breve de Alvin Plantinga).

Estou mencionando estes intelectuais e cientistas ateus por que quando intelectuais e cientistas cristãos declaram sua desconfiança quanto à evolução darwinista são descartados por serem "religiosos". Então, tá. Mas, e quando os próprios ateus engrossam o coro dos dissidentes?

Neste post eu gostaria apenas de destacar algumas declarações de Nagel no livro que revelam a consciência clara que ele tem de que uma concepção puramente materialista da vida e de seu desenvolvimento, como a evolução darwinista, é incapaz de explicar a realidade como um todo. Embora ele mesmo rejeite no livro a possibilidade de que a realidade exista pelo poder criador de Deus, ele é capaz de enxergar que a vida é mais do que reações químicas baseadas nas leis físicas e descritas pela matemática. A solução que ele oferece – que a mente sempre existiu ao lado da matéria – não tem qualquer comprovação, como ele mesmo admite, mas certamente está mais perto da concepção teísta do que do ateísmo materialista do darwinismo.

Ele deixa claro que sua crítica procede de sua própria análise científica e que mesmo assim não será bem vinda nos círculos acadêmicos:

“O meu ceticismo [quanto ao evolucionismo darwinista] não é baseado numa crença religiosa ou numa alternativa definitiva. É somente a crença de que a evidência científica disponível, apesar do consenso da opinião científica, não exige racionalmente de nós que sujeitemos este ceticismo [a este consenso] neste assunto” (p. 7).

“Eu tenho consciência de que dúvidas desta natureza vão parecer um ultraje a muita gente, mas isto é porque quase todo mundo em nossa cultura secular tem sido intimidado a considerar o programa de pesquisa reducionista [do darwinismo] como sacrossanto, sob o argumento de que qualquer outra coisa não pode ser considerada como ciência” (p.7).

Ele profetiza o fim do naturalismo materialista, o fundamento do evolucionismo darwinista:

“Mesmo que o domínio [no campo da ciência] do naturalismo materialista está se aproximando do fim, precisamos ter alguma noção do que pode substitui-lo” (p. 15).

Para ele, quanto mais descobrimos acerca da complexidade da vida, menos plausível se torna a explicação naturalista materialista do darwinismo para sua origem e desenvolvimento:

“Durante muito tempo eu tenho achado difícil de acreditar na explicação materialista de como nós e os demais organismos viemos a existir, inclusive a versão padrão de como o processo evolutivo funciona. Quanto mais detalhes aprendemos acerca da base química da vida e como é intrincado o código genético, mais e mais inacreditável se torna a explicação histórica padrão [do darwinismo]” (p. 5).

“É altamente implausível, de cara, que a vida como a conhecemos seja o resultado da sequência de acidentes físicos junto com o mecanismo da seleção natural” (p. 6).

Não teria havido o tempo necessário para que a vida surgisse e se desenvolvesse debaixo da seleção natural e mutações aleatórias:

“Com relação à evolução, o processo de seleção natural não pode explicar a realidade sem um suprimento adequado de mutações viáveis, e eu acredito que ainda é uma questão aberta se isto poderia ter acontecido no tempo geológico como mero resultado de acidentes químicos, sem a operação de outros fatores determinando e restringindo as formas das variações genéticas” (p. 9).

Nagel surpreendentemente defende os proponentes mais conhecidos do design inteligente:

“Apesar de que escritores como Michael Behe e Stephen Meyer[1] sejam motivados parcialmente por suas convicções religiosas, os argumentos empíricos que eles oferecem contra a possibilidade da vida e sua história evolutiva serem explicados plenamente somente com base na física e na química são de grande interesse em si mesmos... Os problemas que estes iconoclastas levantam contra o consenso cientifico ortodoxo deveriam ser levados a sério. Eles não merecem a zombaria que têm recebido. É claramente injusta” (p.11).

Num parágrafo quase confessional, Nagel reconhece que lhe falta o sentimento do divino que ele percebe em muitos outros:

“Confesso um pressuposto meu que não tem fundamento, que não considero possível a alternativa do design inteligente como uma opção real – me falta aquelesensus divinitatis [senso do divino] que capacita – na verdade, impele – tantas pessoas a ver no mundo a expressão do propósito divina da mesma maneira que percebem num rosto sorridente a expressão do sentimento humano” (p.12).

Para Nagel, o evolucionismo darwinista, com sua visão materialista e naturalista da realidade, não consegue explicar o que transcende o mundo material, como a mente e tudo que a acompanha:

“Nós e outras criaturas com vida mental somos organismos, e nossa capacidade mental depende aparentemente de nossa constituição física. Portanto, aquilo que explicar a existência de organismos como nós deve explicar também a existência da mente. Mas, se o mental não é em si mesmo somente físico, não pode, então, ser plenamente explicado pela ciência física. E então, como vou argumentar mais adiante, é difícil evitar a conclusão que aqueles aspectos de nossa constituição física que trazem o mental consigo também não podem ser explicados pela ciência física. Se a biologia evolutiva é uma teoria física – como geralmente é considerada – então não pode explicar o aparecimento da consciência e de outros fenômenos que não podem ser reduzidos ao aspecto físico meramente” (p. 15).

“Uma alternativa genuína ao programa reducionista [do darwinismo] irá requerer uma explicação de como a mente e tudo o que a acompanha é inerente ao universo” (p.15).

“Os elementos fundamentais e as leis da física e da química têm sido assumidos para se explicar o comportamento do mundo inanimado. Algo mais é necessário para explicar como podem existir criaturas conscientes e pensantes, cujos corpos e cérebros são feitos destes elementos” (p.20).

Menciono por último a perspicaz observação de Nagel, que se a mente existe porque sobreviveu através da seleção natural, isto é, por ter se tornado na coisa mais esperta para sobreviver, como poderemos confiar nela? E aqui ele cita e concorda com Alvin Plantinga, um filósofo reformado renomado:

“O evolucionismo naturalista provê uma explicação de nossas capacidades [mentais] que mina a confiabilidade delas, e ao fazer isto, mina a si mesmo” (p. 27).

“Eu concordo com Alvin Plantinga que, ao contrário da benevolência divina, a aplicação da teoria da evolução à compreensão de nossas capacidades cognitivas acaba por minar nossa confiança nelas, embora não a destrua por completo. Mecanismos formadores de crenças e que têm uma vantagem seletiva no conflito diário pela sobrevivência não merecem a nossa confiança na construção de explicações teóricas do mundo como um todo... A teoria da evolução deixa a autoridade da razão numa posição muito mais fraca. Especialmente no que se refere à nossa capacidade moral e outras capacidades normativas – nas quais confiamos com frequência para corrigir nossos instintos. Eu concordo com Sharon Street [professora de filosofia na Universidade de Nova York] que uma auto-compreensão evolucionista quase que certamente haveria de requerer que desistíssemos do realismo moral, que é a convicção natural de que nossos juízos morais são verdadeiros ou falsos independentemente de nossas crenças” (p.28).

Não consegui ler Nagel sem lembrar do que a Bíblia diz:

"Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim" (Eclesiastes 3:11).

"De um só Deus fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós" (Atos 17:26-27).

Nagel tem o sensus divinitatis, sim, pois o mesmo é o reflexo da imagem de Deus em cada ser humano, ainda que decaídos como somos. Infelizmente o seu ateísmo o impede de ver aquilo que sua razão e consciência, tateando, já tocaram.




[1] Os dois são os mais conhecidos defensores da teoria do design inteligente. Ambos já vieram falar no Mackenzie sobre este assunto.

Fonte:http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/01/coisas-que-ate-um-ateu-pode-ver.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Goiânia, uma boate em HD: Kiss ou Killer?


GOIÂNIA UMA BOATE EM HD: KISS OU KILLER.

A comoção é geral. A tragédia na boate KISS em Santa Maria onde mais de duas centenas de jovens tiveram vidas ceifadas está na mente de todos os brasileiros. O terrível incêndio transformou o que era uma noite de diversão em um rio de lágrimas.
A presidenta Dilma afirmou de forma contundente que é preciso tomar providências para que tragédias como essa não se repita; o proprietário da boate e alguns integrantes da banda cujo integrante disparou o “artefato fatal” foram presos; em São Paulo assim como em várias outras cidades se anuncia um “pente fino” na vistoria das instalações das casas noturnas. Enfim, há uma movimentação geral em todos os níveis.
Atos necessários e louváveis em todos os sentidos, porém neste texto não quero comentar sobre a tragédia que abalou o Brasil, mas mostrar algo que possui a mesma dimensão da tragédia DE Santa Maria, mas que passa despercebida da maioria das pessoas.
Quanto mais leio e assisto ao relato dos acontecimentos referentes ao incêndio, mais cresce em mim a sensação de que nós os habitantes de Goiânia residimos e vivemos diuturnamente em uma verdadeira “boate em HD”.
Se analisarmos os fatos sob a mesma ótica que a receita federal examina o as declarações de renda, ou seja, considerando o total do ganho anual sem se importar se o mesmo aconteceu de uma só vez ou se foi em pequenas parcelas a cada mês, iremos concluir que ao final de cada ano os jovens que tiveram e que continuam a ter suas vidas ceifadas na cidade de Goiânia, contabiliza uma cifra bem maior que a dos mortos na tragédia gaúcha.
Só que aqui em Goiânia o fato se tornou tão corriqueiro, tão comum que quase ninguém dá alguma importância, a não serem os familiares dos mortos.
 Quando examinamos a estatística do ano mostrando que cerca de três a quatro centenas de jovens não irão ver o primeiro dia do “ano novo”, não há comoção, não há preocupação, nem se vê sinais de algum movimento ou providência visando a diminuição do triste e horrendo número.
As únicas lágrimas que rolam pelas faces, as únicas orações ouvidas e o único desespero visto são restritos a alguns membros da família das vítimas. A única coisa em comum com as tragédias importantes é o sofrimento e a dor de cada mãe ou de cada pai.  
São centenas de jovens mortos a pauladas, tiros, facadas, atropeladas por motoristas embriagados, das formas mais cruéis possíveis. Mas são acontecimentos que não comovem que não conseguem despertar ou fazer com que as autoridades, a sociedade e principalmente a igreja tomem alguma atitude determinante para impedir a carnificina.
 Aliás, ao contrário, pois o poder público apenas fala em aumentar a quantidade de vagas prisionais e endurecer com os infratores; a sociedade cada vez mais se esconde atrás dos vidros “escuros” dos carros, se aglomera dentro de condomínios fechados, se protege atrás de verdadeiras muralhas eletrificadas e consome uma quantia de dinheiro impressionante com as empresas de segurança que a bem da verdade, quase nada resolve.

Quanto às igrejas que são as responsáveis pela proclamação da Palavra que salga a terra e ilumina o mundo se preocupa apenas com seus eventos. Entrincheirada em seus templos luxuosos e confortáveis, com uma pregação cada vez mais triunfalista ilude pessoas fazendo promessas que Deus jamais fez, denigre e distorce todo o sentido da Obra da Cruz, além de dedicar a arrecadação de dinheiro --- às vezes até de maneira torpe --- para satisfazer as concupiscências de muitos líderes e também de muitos de seus seguidores.
Diante de tudo isso se conclui que nossa Boate Goiânia não pode ser chamada de KISS, mas sim de KILLER.

Fabio Silveira de Faria.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Tragédia de Santa Maria: DEUS está ao lado dos que sofrem!


A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA: DEUS ESTÁ DO LADO DOS QUE SOFREM

Por Leonardo Gonçalves
Tragédias como a de Santa Maria – RS costumam sucitar o debate sobre a soberania de Deus e a responsabilidade humana. Um debate besta, diga-se de passagem, uma vez que a Biblia afirma tanto uma coisa como a outra. É verdade que não podemos explicar o paradoxo, mas podemos aceitar a verdade revelada e crer que Deus é poderoso até mesmo para extrair o bem do mal, redimindo a dor das familias enlutadas.
Mesmo assim, os coraçoes sensíveis costumam perguntar-se: “Onde está Deus em uma hora assim?”. De certo, é uma pergunta complicada, mas pode ser dissipada à luz do evangelho: Jesus sempre se posicionou ao lado dos sofredores. Creio que em momentos assim, devemos recordar este fato. Jesus se interessa em nosso sofrimento, pois ele mesmo experimentou na carne o que é sofrer. Ele é empatico à nossa dor.
Em lugar de perguntar onde está Deus em meio à tragédia, devemos recordar que todo caos neste mundo foi desencadeado pelo pecado. Este mundo nao é mais aquela criaçao original de Deus, porém o Senhor promete em sua palavra que haverá um dia em que ele restaurará todas as coisas. Naquele dia, diz o profeta-apostolo, “Ele enxugará dos olhos toda lagrima, e já nao haverá morte, nem pranto, nem clamor ou dor” (Ap 21.4). Até lá, no entanto, permanece a máxima inexoravel: “no mundo tereis afliçoes”.
Creio que em lugar de içar dedo acusador, a igreja deveria se posicionar ao lado dos que sofrem, pois é lá que Cristo está. Como corpo de Cristo, precisamos levar consolaçao aos coraçoes dos parentes das vitimas desta catastrofe. Em lugar de perder-nos em debates teologicos que nao vao levar a nenhum lugar, e ainda aprofundarao a dor no coraçao de quem perdeu um pedaço de si, devemos levar esperança onde ela está prestes a extinguir-se.
Aos profetas despiedados, evangelicos sem evangelho, urubus religiosos cujo oficio no ultimo dia tem sido insultar a memoria das vitimas do incendio em Santa Maria lançando em rosto seus pecados, gostaria de fazê-los recordar as palavras de Jesus no evangelho de Lucas, muito propicias em tempos de calamidade:
“E naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis.” (Lucas 13:1-5)
Que Deus abençoe as familias das vitimas do incendio em Santa Maria. E que Deus fortaleça a igreja gaúcha para ser “a fortaleza do necessitado na sua angústia, refúgio contra a tempestade” (Isaias 25.4).
***
Leonardo Gonçalves, no Púlpito Cristão
Fonte:http://www.pulpitocristao.com/2013/01/a-tragedia-de-santa-maria-deus-esta-do-lado-dos-que-sofrem/
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Em CRISTO Não Somos Caloteiros!


Em Cristo não somos caloteiros!




Em poucas palavras, o teólogo brasileiro Alfredo Borges Teixeira (1878–1975) explica o sacrifício vicário do Filho unigênito de Deus: “A Jesus foram imputados os pecados dos homens e aos homens foi imputada a justiça de Jesus”.








Alfredo Borges Teixeira 



Há uma dupla transferência: a culpa pelos nossos pecados do passado, do presente e do futuro passa para Jesus e a justiça dele é transmitida a nós. Há uma substituição: Jesus recebe em nosso lugar a justa retribuição que nossos pecados merecem. O resultado é a eliminação definitiva e irrevogável da nossa culpa pelo cumprimento da punição que ela merece. Esse gesto de maravilhosa graça proporciona a libertação da culpa do pecado. Quando o pecador conhece e aceita a oferta de salvação, é salvo e deixa de ser réu.

O livramento, embora planejado antes da fundação do mundo (1Pe 1.20) e da queda do homem e anunciado progressivamente no Antigo Testamento, se concretiza na Sexta-Feira da Paixão, entre o meio-dia e as três horas da tarde, em uma colina fora dos muros de Jerusalém, chamada de Lugar da Caveira, Calvário ou Gólgota (em aramaico). Entre os acontecimentos misteriosos e aterrorizantes que se deram durante ou logo após a crucificação de Jesus (escuridão, tremor de terra e abertura de túmulos, dos quais saíram alguns mortos), o mais significativo foi o rompimento do véu do templo, que se rasgou de cima a baixo (Mt 27.51). Este sinal demonstra o sucesso do sacrifício expiatório de Jesus e confirma todos os seus sete “Eu sou”, notadamente, o “Eu sou a porta” (Jo 10.7), “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.14) e “Eu sou o caminho” (Jo 14.6).

Por causa da morte vicária, João Batista apresenta Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29); o apóstolo João assevera que “o sangue de Jesus, o seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7); e Paulo garante que Deus perdoou todos os pecados e “riscou essa condenação que pesava sobre as nossas cabeças, anulando-a completamente e pregando-a na cruz sobre a sua própria cabeça” (Cl 2.14).

O fato é que para livrar o pecador da culpa, da dívida, da vergonha, do fardo -- o Cordeiro de Deus assumiu consciente e voluntariamente a culpa, a dívida, a vergonha e o fardo do pecador contrito e sofreu o castigo que era dele.

O complicado cerimonial provisório do Antigo Testamento perdeu o valor por um sacrifício melhor, perfeito e único. Porque o sangue de touros e bodes não pôde, de modo algum, tirar os pecados de ninguém. Jesus, ao entrar na história, declara: “Estou aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade”. E porque Jesus Cristo fez o que Deus quis, nós somos purificados do pecado, por meio da oferta de seu corpo uma vez por todas (Hb 10.5-14).

Para ser salvo sem a obra vicária de Cristo, o ser humano precisaria obedecer à lei de Deus sem nem um deslize sequer, o que nunca aconteceria. Ou, então, pagar a dívida contraída pela desobediência, o que ninguém conseguiria nem nesta vida nem nas chamadas reencarnações. Deus não aceita boas obras como pagamento da dívida. A única solução está na obediência ativa e passiva à lei divina, que Cristo realizou no lugar do pecador.

Alfredo Borges Teixeira explica que a obediência “ativa” de Cristo consiste no fato de ele nunca ter pecado e a obediência “passiva” de Cristo consiste no fato de Jesus ter sido obediente até a morte vicária, por meio da qual a cortina que separava o absolutamente santo do absolutamente pecador se rasgou. Essa obediência é o cobertor da salvação, ou o manto da justiça, com o qual fomos eficazmente cobertos. Em Cristo não somos mais caloteiros!


Em ULTIMATO

Fonte:http://www.genizahvirtual.com/2013/01/em-cristo-nao-somos-caloteiros.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Pobreza da Música Pentecostal!


A pobreza da Música Pentecostal

Por que o "reteté" nunca acontece
com uma música que fala sobre a cruz de Cristo?
Por Gutierres Fernandes Siqueira

A Música Pentecostal é um gênero bem específico. Se você é de uma igreja tradicional ou até mesmo neopentecostal raramente ouvirá esse ritmo. A chamada Música Pentecostal é marcante no ambiente assembleiano e em igrejas de liturgias parecidas com as Assembleias de Deus. As principais expoentes são as cantoras Cassiane, Lauriete, Damares, Elaine de Jesus, Vanilda Bordieri etc.

O principal compositor desse gênero é o pastor Elizeu Gomes. O músico Gomes estudou no Hosanna International Seminar, o mesmo seminário que publica a “Bíblia Revelada”. Revelada? O nome já diz tudo. O seminário é uma versão “pseudoerudita” de um pentecostalismo dado a extravagâncias litúrgicas e pregações cheias de analogias abusivas. É um daqueles seminários que oferece “mestrado” em um kit com 25 apostilas.

Mas por que falo em pobreza? Ora, a chamada Música Pentecostal é incrivelmente pobre: tanto em estilo como em teologia.

Estilo

É incrível como todas as músicas são perecidas. O ritmo começa lento como se fosse uma seresta (espécie de serenata) ou um brega melódico e depois parte para uma agitação repentina. A agitação normalmente vem em ritmo de forró, sertanejo, axé ou como marcha. A previsibilidade do ritmo é altíssima. Você sempre sabe que na metade da música haverá uma mudança. As notas musicais variam pouco entre uma e outra música. Não é à toa que as igrejas pentecostais estejam cheias de “vocais” e com raros corais.

Teologia

Bom, quem faz mestrado com apostilas recebidas pelo correio não pode ser considerado um mestre. Falta, no mínimo, honestidade intelectual. E fazer músicas com uma teologia pobre de Bíblia e sem a correta interpretação? Ora, são músicas que falam em uma “porção dobrada do Espírito” como se a expressão referisse a todos nós. Onde anda a correta interpretação bíblica? Bom, e eu nem preciso falar sobre a ênfase na vitória, a centralidade nas necessidades humanas, a exaltação da vingança, a ausência de um culto a Deus etc. e tal.

Vale lembrar o velho Donald Gee, ainda na década de 1930, alertava os pentecostais sobre o desvio em sua música:

Gostaria que os nossos hinos fossem mais de adoração. Setenta e cinco por cento de nossos cânticos hoje falam mais sobre nós mesmos, sobre nossos sentimentos e experiências. É tempo de chegarmos à igreja para cantarmos ao Senhor. Seria uma boa coisa realizar uma ou duas reuniões onde chegássemos para ministrar ao Senhor, onde chegássemos para trazer-lhe algo. [1]

Portanto, a pobreza da música torna a nossa igreja pentecostal mais pobre.

Referência:

[1] GEE, Donald. Como Receber o Batismo no Espírito Santo: Vivendo e Testemunhando com Poder. 6 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p 71. O título original é Pentecost (Pentecostes, em português). A partir do ano 2000 a editora trocou o título pelo descrito acima. O título é muito infeliz, já que o próprio autor condena a ideia de uma “fórmula” para receber o “revestimento de poder”.

Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/2012/12/a-pobreza-da-musica-pentecostal.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ungido? - Cuma!?


Ungido?



 Hermes C. Fernandes


O vocábulo "cristão" é derivado de "Cristo". Embora pareça um superlativo (cristão = grande Cristo), na verdade é um diminutivo (algo como "cristinho", ou "pequeno Cristo"). Portanto, se quisermos saber o que significa ser "cristão", temos que descobrir o significado do nome "Cristo".

O vocábulo "Cristo" significa "Ungido", isto é, "alguém que foi capacitado para fazer coisas extraordinárias". Jesus é único em Sua categoria. Ele não é "um" ungido, e sim "O" Ungido. Por isso, Paulo, o apóstolo, O chamava de "Cristo Jesus".

Mesmo sendo Deus encarnado, Jesus Se esvaziou de tal maneira, que tornou-Se um ser humano comum, e para cumprir Sua missão, teve que ser ungido pelo Espírito Santo. Logo após Seu batismo, em Sua primeira oportunidade de falar em público na sinagoga que freqüentava, Jesus leu uma profecia contida no Livro de Isaías, que diz:

"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor" (Lc.4:18-19).

A mesma unção derramada pelo Espírito em Jesus, também capacita Seus seguidores a darem continuidade à Sua missão.

A unção nada mais é do que o agir do Espírito Santo através dos seguidores de Jesus. Ele escolheu homens comuns para realizar feitos extraordinários. Antes de partir, Ele orientou a Seus discípulos a que não se ausentassem de Jerusalém, mas aguardassem a vinda do Espírito Santo que os capacitaria com extraordinário poder (At.4-8). Só depois de receberem o "poder do alto", eles estariam autorizados a deixarem Jerusalém, e levar a mensagem de Jesus aos confins da Terra.

Com a chegada do Espírito da Promessa, a revolução estava deflagrada. Até as autoridades se admiravam ao ver homens galileus, indoutos, de origem humilde, fazendo verdadeiras proezas (At.4:13). Sua identificação com Cristo era tão patente, que eles acabaram sendo chamados de "cristãos". A unção que sobre eles permanecia, os capacitava a viver como se Jesus vivesse através deles. E não era apenas pelos milagres que operavam, mas pela maneira como viviam, como repartiam suas posses, como se perdoavam mutuamente, e como amavam, até mesmo a seus inimigos.

Como podemos perceber, "unção" não tem nada a ver com o sensacionalismo encontrado hoje em alguns círculos cristãos. Não se trata de sentir arrepios, emoções, ou mesmo, falar em línguas. Não tem a ver com a temperatura de um culto. Ser ungido é ser capacitado para fazer o que só Jesus seria capaz. E não me refiro apenas às coisas sobrenaturais, como curas e exorcismos, mas sobretudo às coisas sobrehumanas, como perdoar os inimigos, por exemplo.

E a unção não pode ser transferida. Somos o Corpo de Cristo, e recebemos a unção que sobre Ele, o Cabeça, desceu. A unção equivaleria ao sangue no Corpo Místico de Cristo. Quem faria transfusão de sangue do braço esquerdo para o direito?

Todos os cristãos genuínos são ungidos, ainda que não estejam cientes disso. Não há graus de unção. Qualquer região de um corpo que sofrer um pequeno corte vai sangrar. Seja a ponta da orelha, ou o dedão do pé. Assim se dá com a unção.

Desde o pastor até o mais humildade membro da congregação, todos são ungidos para cumprir sua missão de ser luz no mundo.

Assim como um membro do corpo apodreceria caso o sangue nele não circulasse, um membro de Corpo Místico de Cristo se corromperia caso a unção do Espírito nele não operasse.

Embora o mesmo sangue que corre nos dedos das mãos, seja o mesmo que corre nos dedos dos pés, não se pode exigir que os dedos dos pés tenham a mesma habilidade dos dedos das mãos. Cada um tem sua própria vocação.

Assim se dá no Corpo de Cristo. Uns são chamados para pregar, outros para dedicar-se à intercessão, mas todos são igualmente ungidos por Deus para que através de sua própria vida, seja dado testemunho da presença de Deus no mundo.


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/01/ungido.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Síndrome do Estrelismo Gospel!


A SÍNDROME DO ESTRELISMO GOSPEL


Por Samuel Torralbo

Segue abaixo alguns dos sintomas que caracteriza alguém que possivelmente tenha sido contaminado pelo vírus da síndrome do estrelismo gospel:
1 – Necessidade de aparecer na mídia, inclusive a secular.
2 – Sensação de que, o culto não acontece sem a sua presença.
3 – Tristeza quando um crente não pede autografo.
4 – Não participa do culto, porque chega sempre na hora de se apresentar (pregar ou cantar).
5 – Fica ressentido quando é chamado de irmão, ao invés de reverendo, cantor, bispo ou pastor.
6 – No culto o seu assento precisa ter um lugar de destaque.
7 – Participa do evento somente quando o hotel é cinco estrelas, e a viagem é de primeira classe.
8 – Sucesso ministerial é sinônimo de vendas de Cds, Dvds, ou livros, como também, uma agenda cheia de compromissos.
9 – Para que um mero mortal consiga falar com ele (a), precisa passar pela secretaria.
10 – Comparece ao culto somente quando o cachê (que normalmente é exorbitante), já está pago ou previamente combinado.
O antídoto contra este veneno que tem se alastrado no tempo presente em muitos corações ávidos pelo “sucesso ministerial”, continua sendo aquele proposto por Paulo (o apóstolo): “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gálatas 6.14)
***
Samuel Torralbo é colunista do Púlpito Cristão, e contribui com a subversividade ao mundo Gospel.
Ainda sugiro, para complemento, o texto Dossiê do Astro Gospel.

Fonte:http://www.pulpitocristao.com/2013/01/a-sindrome-do-estrelismo-gospel/

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quem Estaria na Forbes Celestial?


Quem estaria na Forbes Celestial?



Por Hermes C. Fernandes

COMPROVADO: A Teologia da Prosperidade realmente funciona. Pelo menos para alguns dos seus maiores expoentes. A Forbes publicou uma reportagem onde lista os cinco pastores mais ricos do Brasil.

Em primeiro lugar está o bispo Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus), cuja renda divulgada pela revista é de aproximadamente US$ 950 milhões, algo em torno de 2 bilhões de reais.

Em segundo lugar aparece o nome de Valdemiro Santiago (Igreja Mundial do Poder de Deus), com uma fortuna estimada em US$ 220 milhões, de acordo com a Forbes. Considerando a trajetória meteórica do apóstolo, trata-se de um fenômeno sem precedentes. Quase meio bilhão de reais.

Na terceira colocação está o pastor Silas Malafaia, cuja fortuna é estimada emUS$ 150 milhões, de acordo com a revista, mais de 300 milhões de reais.

O Líder e fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, missionário R. R. Soares, surge em quarto lugar com um patrimônio estimado em US$ 125 milhões, quase 300 milhões de reais.

Na quinta posição aparece o casal Apóstolo Estevam Hernandes Filho e bispa Sonia Hernandes, líderes e fundadores da Igreja Renascer em Cristo, com fortuna de aproximadamente US$ 65 milhões, cerca de 140 milhões de reais.

A Forbes informou que os dados obtidos para esta reportagem foram concedidos através do Ministério Público e pela Polícia Federal.

Parafraseando Jesus, nem mesmo Salomão em toda a sua glória obteve resultado semelhantes. Fico imaginando de quem seria o sexto lugar.

A notícia chega num momento em que a credibilidade dos pastores anda bem balançada, desde que se noticiou que alguns desses líderes teriam recebido passaportes diplomáticos do governo brasileiro. 

E pensar que o Filho do Homem sequer tinha onde reclinar a cabeça...

Estas fortunas só foram construídas graças à credulidade e ingenuidade do povo brasileiro.

Silas Malafaia, que ocupa o terceiro lugar na lista, veio a público contestar as informações, dizendo que se juntar tudo o que ele e seu ministério possuem, não chega à metade do que foi noticiado. Digamos, então, que chegue a uma bagatela de 70 milhões de dólares, ou 150 milhões de reais... Que injustiça! Tão pouco! (ironia MODE ON).

Se houvesse uma publicação semelhante no céu, uma espécie de Forbes Celestial, quem a encabeçaria? Quem, dentre os pregadores do Evangelho, tem se preocupado em ajuntar tesouros no céu, conforme prescrito por Jesus? O que teriam feito se ouvisse de Jesus o mesmo que ouviu o jovem rico? Qual deles se disporia a vender tudo e dar aos pobres?

Outra pergunta pertinente: Se um deles partisse hoje, para quem deixaria tanto dinheiro? Quem brigaria por ele?

Houve tempo em que os ícones dos jovens seminaristas eram os mártires, os missionários enviados às terras longínquas, os abnegados. Hoje, seus ícones são os pregadores bilionários que possuem seus próprios aviões, assediados por políticos, donos de canais de TV, etc.

Enquanto isso, a credibilidade da igreja vai por água abaixo. Se não cresse numa reviravolta, diria: volta logo Senhor Jesus! Mas, pensando bem, prefiro que Ele volte quando a igreja houver retornado ao seu primeiro amor. 

Fonte:http://www.hermesfernandes.com/2013/01/quem-estaria-na-forbes-celestial.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Eu Posso Julgar uma Profecia?


Eu posso julgar uma profecia?

Os lábios de Isaías tocados pelo fogo,
por 
Benjamin West
Por Gutierres Fernandes Siqueira

Em Março de 2007,  eu preguei sobre o “amor como regulador dos dons espirituais” baseado em 1 Coríntios 13. Naquele culto havia um rapaz que ouviu toda a minha pregação com bastante atenção, mas ele estava claramente nervoso. Quando eu acabei de falar, o jovem levantou do banco da “mocidade” e foi até o púlpito onde “profetizou” a minha brevíssima morte e deu uma sentença: eu iria morar no inferno por pregar heresias!

Em nenhum momento, graças ao bom Deus, deixe-me levar pela falsa profecia. No dia seguinte, o pastor local pediu ao jovem profeta que citasse nas Escrituras as minhas “heresias”. Ele limitou-se a dizer: “Pergunte para Jesus”. Infelizmente, aquele jovem não se retratou e continuou a “profetizar” outras mortes até sair daquela congregação.

Hoje, quando lembro desse fato, sinto pena desse rapaz, assim como de inúmeras pessoas que acreditam em falsas profecias.

Voltando ao título e respondendo a questão levantada. Posso julgar uma profecia? Não somente pode, mas deve! Não nos esqueçamos que é uma obrigação cristã analisar todas as profecias. O apóstolo Paulo escreveu: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” [1 Coríntios 14.29]. O apóstolo João fala que devemos “provar os espíritos”: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. [1 João 4:1]. Em apenas dois textos vemos claramente um mandamento.

Nós, também, não podemos desprezar as profecias, mas isso não impede de examinarmos aquilo que ouvimos. Paulo ainda diz: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem” [1 Tessalonicenses 5.19-21]. Veja que mesmo quando Paulo alerta sobre o “não desprezar”, ele nos lembra sobre a necessidade de examinar. Ou seja, uma prática não extingue a outra. Portanto, receba toda profecia com respeito, mas nunca deixe de analisá-la e, também, despreze a falsa profecia.

Muitas vezes, erroneamente, se coloca na cabeça do povo que é errado analisar (provar, julgar etc.) uma profecia. O erro é justamente deixar de fazer tal análise. E qual o critério para verificar uma profecia? A Palavra de Deus! Diante de uma profecia (ou qualquer outra palavra dita em nome de Deus) sempre devemos perguntar: Isso condiz com as Sagradas Escrituras?

O critério, repito, é a Palavra de Deus. Veja que não é um “sentir” ou um “arrepio” e nem qualquer outra manifestação do sistema sensorial. Além disso, não é porque você “vai com a cara” do profeta que a profecia seja de Deus (e o contrário, também, é verdadeiro).

Vejamos algumas profecias claramente antibíblicas:

a) Profecias de casamento. Ora, profecia não é horóscopo e nem serve para determinar decisões que devem ser tomadas pelo critério da sabedoria e discernimento. O mesmo serve para outras decisões (abertura de um negócio, por exemplo) que são terceirizadas para profetas.

b) Profecias de morte. O apóstolo Paulo mostra que a profecia tem um triplo objetivo: “Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens.” [1 Coríntios 14.3 NVI]. Onde que uma profecia de morte “edifica, encoraja ou consola” um ouvinte?

c) Profecias de vontade própria. O pregador que manda a igreja profetizar certamente nunca entendeu a natureza da profecia. Ora, a profecia não é fruto de vontade própria. A profecia deve ser pronunciada quando recebida, mas nunca sob coerção ou incentivo. Quem manda a profecia é Deus e não a minha ou a sua vontade. Além disso, é um completo absurdo marcar hora para profecias em cultos temáticos ou programas midiáticos.

d) Profecias com meias verdades. Essas são as mais perigosas. Já diz o provérbio chinês que toda “meia verdade é sempre uma mentira inteira”. Muitas vezes Deus até deu a profecia para uma pessoa, mas em sua empolgação, o portador do dom acaba exagerando na mensagem a ser transmitida [cf. I Crônicas 7. 1-4] . É bom lembrar que Deus impulsiona a mensagem, mas não cada palavra a ser dita. Leia 2 Samuel 12 e veja, por exemplo, que o profeta Natã usa uma parábola para complementar a mensagem da profecia. A profecia não é uma espécie de psicografia.

Sejamos, portanto, cautelosos com a profecia, pois uma falsa palavra transmitida sempre causa inúmeros prejuízos para a igreja local.



LEIA MAIS:

Profecia de Morte? [Leia aqui]
Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/2012/12/eu-posso-julgar-uma-profecia.html
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Quando o "Ministério" Atrapalha a Vida Cristã!


QUANDO O “MINISTÉRIO” ATRAPALHA A VIDA CRISTÃ

Por Samuel Toralbo
Em tempos, onde a deturpação do significado do ministério eclesiástico é alarmante, os propósitos e as motivações no ingressamento da vida ministerial são estarrecedores e preocupantes. As intenções e os propósitos equivocados podem ser gerados por inúmeras razões – através de uma cultura religiosa que interpreta crescimento espiritual, ou vida vitoriosa somente quando o individuo é chamado para o ministério eclesiástico, onde jargões como: “Um dia você também estará aqui no púlpito”, ou “Deus não te chamou para ser mais um no meio do povo, mas para se assentar aqui no púlpito em meio aos príncipes” são bastante comuns em inúmeros ajuntamentos de cristãos, descaracterizando assim o significado do discípulo de Cristo Jesus. Não é raro o crescimento da motivação ministerial simplesmente pelo fato do desejo pessoal pelo status, objetivos financeiros, ou até mesmo por falta de opções ou oportunidades na vida profissional.
De modo que, primeiramente é importante ponderar que, o ministério não é uma questão de ordem que acontece na horizontal (que parte do homem), mas antes, é uma escolha que acontece na vertical (é Deus quem chama e capacita para o serviço ministerial) – “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,” (Efésios 4.11)
O objetivo não é desestimular aqueles que foram chamados para o santo ministério, mas antes, alertar aqueles que não sendo chamado, a evitar o encantamento do “glamour ministerial” que é vendido por algumas lideranças insanas desprovidas de amor e verdade. É loucura ingressar no ministério eclesiástico sem nunca ter sido chamado por Deus para o mesmo.
O apóstolo Paulo declara: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.” (I Timóteo 3.1), Paulo não afirma que, aquele que desejar o ministério receberá o mesmo, mas apenas diz que é um excelente desejo. E mais do que isto, em seguida Paulo expõe a lista de características que deve pautar o ministério eclesiástico, como quem diz: “Está pronto para uma vida de renuncia, perseguições, e sofrimento?”
A grande deturpação na atualidade é que a lista de considerações que encontramos em Paulo para aqueles que desejam o ministério não passa nem perto de algumas outras listas que tem sido oferecida aos novos pretendentes ao ministério cristão. Enquanto que, na listagem de Paulo o obreiro precisar ser:
- irrepreensível,
- marido de uma mulher,
- vigilante,
- sóbrio,
- honesto,
- hospitaleiro,
- apto para ensinar,
- não dado a vinho,
- não espancador,
- não cobiçoso de torpe ganância,
- moderado,
- não contencioso,
- não avarento,
- que governe bem sua casa,
- não neófito (inexperiente na caminha da fé),
- e com bom testemunho,
Na listagem de algumas “lideranças” pós moderna, o que consta como observações para a vida ministerial é:
- ser carismático,
- manter a visão da igreja em arrecadações e desafios financeiros,
- manifestar os dons espirituais,
- elegante e de boa aparência,
- atingir a meta de arrecadação mensal,
- pregar uma mensagem bacana e motivacional,
- ostentar o sucesso “espiritual” (bons carros, roupas, joias, e bens materiais), para estimular a fé dos irmãos.
- e manter sempre a imagem de um herói (super homem)
Observe a disparidade na natureza do significado do ministério cristão que acompanhava a igreja primitiva com, aquela que, paira em algumas congregações cristãs no século XXI. Recentemente perguntei a um pregador em que consistia o seu interesse em pregar o evangelho, o que logo me respondeu: “dinheiro”. De modo que, a compreensão equivocada do significado do ministério cristão, fatalmente gerará motivações pervertidas e adoecidas.
Atualmente, parece pairar no ar uma certa irresponsabilidade por parte de algumas lideranças que unge, consagra, e separa ao ministério cristão, pessoas que nunca Deus chamou para o tal oficio.
Sendo de grande importância neste momento a reflexão sobre a declaração paulina que diz: “Cada um fique na vocação em que foi chamado.” (I Coríntios 7.20). Certamente, Paulo estava querendo evitar desmandos e enganos na igreja em Corinto, desejando que os irmãos entendessem a importância de uma vida pacificada, tranquila e relevante através de Cristo Jesus, naquilo que foram chamados, não necessariamente no ministério eclesiástico.
Certa vez, Martinho Lutero foi abordado por um homem que acabará de se converter. Desejando desesperadamente servir ao Senhor, ele perguntou a Lutero:
“O que devo fazer agora?”
Lutero respondeu: “Atualmente, qual é sua profissão?”.
“Sou um sapateiro”.
Para surpresa dele, Lutero respondeu: “Então faça um bom sapato e venda por um preço justo”.
Fica evidente a dificuldade na compreensão deste princípio bíblico em uma geração (contemporânea) ávida pela exposição publica ministerial, onde a ideia é de que todos devem ser apóstolos, pastores, ou possuir algum tipo de poder supra-humano.
Porém, a verdade eterna de Deus permanece afirmando que, nem todos cristãos foram chamados ao pastorado, mas todos convocados para uma vida piedosa, nem todos serão profetas, mas todos discípulos de Cristo, nem todos se tornarão evangelistas, mas todos deverão anunciar as boas novas de salvação, nem todos serão mestres, mas todos manifestação o conhecimento do evangelho, e por fim, nem todos serão chamados apóstolos, mas “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” (João 1.12)
Sendo assim, melhor é terminar a caminhada cristã sendo salvo em Cristo Jesus, sem nunca ter sido pastor ou apóstolo, do que, ingressar no ministério sem ter sido chamado por Deus e terminar a carreira como um obreiro reprovado e relativizado na fé e na esperança.
***
Samuel Torralbo é pastor, parceiro e colunista do Púlpito Cristão.
Fonte:http://www.pulpitocristao.com/2013/01/quando-o-ministerio-atrapalha-a-vida-crista/
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

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