Por Clovis Cabalau
“O Carnaval é como uma religião. Ir atrás do trio é como ir à igreja”. Essa foi mais ou menos a declaração recente do cantor e ex-ministro da cultura Gilberto Gil, definindo sua paixão pela folia de Momo.
Ouvi a ‘pérola’ do baiano ilustre, quis reagir de forma desaforada, mas controlei-me. Horas depois, conclui: “E não é que a frase do Gil pode ter lá um fundo de verdade”.
Senão vejamos: culturalmente falando, o Carnaval no Brasil é um período marcado pela liberalidade no qual “tudo é permitido”. Um tempo para extravasar a alegria e “soltar a franga” [alguns levam isso ao extremo, diga-se de passagem]. Vale tudo nessa época do ano, pregam os carnavalescos de plantão.
E o que a igreja tem a ver com isso? Tudo a ver. Façamos um comparativo [arriscado, admito] entre a igreja e um trio elétrico, como nos propõe o nosso intelectual ex-ministro. Tanto o trio quanto as igrejas têm na música um de seus atrativos principais. Responda sinceramente: as igrejas do século XXI estariam cheias do jeito que estão não houvesse o apelo da música evangélica e a profissionalização dos ministérios de louvor? No século XIX, Moody atraiu uma multidão de vidas para Jesus à base de Escola Bíblica Dominical. Palavra pura. Mas hoje, não consigo ver uma multidão de jovens empolgada a ir à igreja para assistir a uma aula sobre a Bíblia.
Tudo bem, reconheço que os louvores de hoje têm sido instrumento, até certo ponto, poderoso em favor do Reino, mas a discussão não é essa agora. Voltemos ao paralelo trio/igreja. Em ambos, corre-se o risco da idolatria. Enquanto multidões ensandecidas se espremem atrás do trio da Ivete Sangalo, multidões de crentes se acotovelam em busca da “bênça” do “profeta” “fulano-de-tal-do-fogo-puro”, da “Igreja do Milagre Obrigatório”. Ouvi dizer que tem crente brigando até por suor de pastor por aí! Se isso não for idolatria, não sei o que o é.
Na linha do “tudo pode”, igreja e trio tornam a se assemelhar. Enquanto os foliões beijam muuuiiinnntooo atrás do trio, tem crente beijando muuuuiiiiitooo por detrás dos panos. Afinal “tudo me é lícito, mas nem tudo me...” ah, o resto não importa, ninguém vai saber mesmo.
Em suma, o perigo é que muitos de nós temos encarado a igreja como Gil, tal e qual o Carnaval: um lugar para se divertir, paquerar, botar a máscara e cair na folia. Mas tem uma diferença vital. No Carnaval, depois dos três dias de fantasia muitos têm o desprazer da ressaca da vida real. Já na igreja, o “carnaval” pode durar toda uma vida, caso não tiremos a máscara - ou a venda dos olhos, como queiram - para enxergar Aquele que nos faz livre para viver a eterna folia da presença de Deus.
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Clóvis Cabalau é colunista no Púlpito Cristão
Maranatha, JESUS!
4 comentários:
Hoje a igreja esta em desespero, para chegar a esse ponto trio-gospel, so pode ser isso esse desespero de "evangelizar" usando o carnaval mas isso seria necessário? Minha pergunta o que a igreja quer com essas apresentações em carnaval? outra questão o que é mesmo carnaval? Bom que essas pessoas possa rever seus pensamentos e atitudes.Muito bom a palavra do pastor Clóvis.
Atrás do Trio elétrico só não vai quem já morreu... para o mundo. Eu morri para o mundo, logo, não sigo trio elétrico, nem que seja gospel.
não é não
Ir pra Igreja não se compara com um trio nao
Fosse assim a Igreja seria abolida e substituida por outras coisas
Mas ela é necessária para o crescimento espiritual do cristão
Hoje a gente ficou com pó do passado entao para se excussar inventa tematicas e justificação como ou que conhecemos hoje como Teologia Liberalista e q nao se sujeita a biblia e a ninguem claro,SE O NO PRINCIPE DESTE MUNDO E O DIABO ADIANTA SE ARRUMAR A ELE ACASO VAI SE CONVERTER? QUER JOGAR GUERRA NO CAMPO DE BATALHA DELE?
Dad a Deus ou que é de Deus e ao Cesar ou que é do Cesar!
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