terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Resoluções para um ano melhor!

Resoluções para um ano melhor


Alan Brizotti

Resolução é a decisão firme de mudar. A decisão de sair do lugar da acomodação e tomar as rédeas da própria história.

Carlos Moreira, num artigo sobre o ano novo escreveu: "Coisa extremamente perversa é a rotina, o tédio, a mesmice, a acomodação. Não há nada mais destrutivo ao espírito humano do que alguém que virou coadjuvante da história, e não seu ator principal, passou a seguir mapas, e não a fazer mapas, satisfez-se em atingir a média, tornar-se igual, massificado, não-singular, cópia da cópia, rosto na multidão, clone de outros, holograma de carne e sangue. Esquecemos as lições do filósofo Eurípedes, quando afirmou 'tudo é mudança; tudo cede o seu lugar e desaparece'."

Érico Veríssimo disse: “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”. Mudanças exigem determinação, garra, vontade, movimento!

Não é a “virada” do ano que tem o “toque de Midas” capaz de transformar a poeira do ano passado no ouro do ano novo. Nenhum ano é velho ou novo, é apenas a sucessão das estações – quem envelhece, ou não, somos nós! Como um rapaz escreveu num cartaz em New York, “seja a mudança”.

Quero refletir sobre algumas resoluções para um ano melhor:

1. Transforme o passado em memória, não em cárcere

O texto de Eclesiastes, em suas inúmeras versões, preserva a seguinte frase: “Deus pede conta do que passou”; ou “Deus investigará o passado”. Deus também é o Deus do ontem! Mário Quintana disse algo muito sério: “O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”. Não há como fugir do passado. Muitos gostariam de encontrar uma espécie de “lata de lixo existencial na história” onde pudessem jogar o passado – o problema é que teriam de ir junto!

O mesmo Mário Quintana foi ainda mais longe: “O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro”. O que somos é a mistura do que fomos com o que tentamos ser!

Precisamos aprender a curar as memórias para que o passado não se transforme em prisão. Só se cura o passado mergulhando na Palavra, pois nela encontramos os remédios da alma (Sl. 90. 12).

2. Faça a matemática da vida: menos reclamação mais reflexão é igual a crescimento

Uma frase escrita no pára-choque de um caminhão serve bem para ilustrar o que quero dizer: “Se chiar resolvesse, sal de frutas não morria afogado”.

A reclamação é uma enfermidade da alma. Causa dor na vida. Gera ranço na estrutura dos afetos. Enruga a face do amor. Reclamação é semelhante a regar um jardim com soda cáustica – vai gerar morte ao invés de vida.

Carecemos de equilíbrio: reclamar de tudo é adoecedor. “Há tempo para tudo”: essa frase deveria estar anexada em todos os quartos da nossa alma. O povo de Israel é marcado, nas páginas do AT por uma palavra: “Murmuração”. O termo hebraico utilizado tem o sentido de uma memória teimosa que insiste em reviver os fatos que machucaram a alma.

Faça a matemática da vida: nesse caso, menos vai ser sempre mais!

3. Viva para a glória de Deus

Irineu dizia que “a glória de Deus é um homem cheio de vida”. Deus é Deus de vivos! Acredite no Deus que nos ajuda a viver. Chame Deus para dentro do seu quarto de mudanças e acredite, Ele o ajudará no processo doloroso das transformações.

Charles Chaplin dizia que a coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina: na morte. Deveria ser ao contrário. Ele disse que “nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo”.

Stanislaw Jerzy Lec disse algo muito provocante: "tantas pessoas vivem numa rotina tão exata, que é difícil de acreditar que elas vivem pela primeira vez." A rotina é a mãe do tédio e a sogra do cansaço.

Viva para a glória de Deus. Viva para marcar a história. Viva para que as memórias sejam testemunhos do que realmente valeu à pena. Viva para que o mundo veja que em Cristo a vida é uma história de amor.

Charles Chaplin: escreveu um texto sobre a vida que gostaria muito que você guardasse em sua alma:

Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, Já fiz amigos eternos, já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, Já fui amado e não soube amar. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos, Já liguei só pra escutar uma voz, Já me apaixonei por um sorriso, Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e... Tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi! E ainda vivo! Não passo pela vida... E você também não deveria passar. Viva!!! Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e A VIDA É MUITO para ser insignificante.


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/12/resolucoes-para-um-ano-melhor.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PREVISÕES PROFÉTICAS PARA 2014!

Por Renato Vargens

Basta chegar o final do ano que os programas de rádio e televisão ficam abarrotados de videntes, cartomantes e adivinhadores,  que com a mesma ladainha de sempre fazem  previsões quanto ao novo ano que se aproxima.

Pois é, confesso que nunca vi nenhum destes adivinhos preverem especificamente alguma coisa relacionado a alguém famoso dando nomes aos bois. Na verdade, o que estes enroladores fazem é profetizar coisas óbvias como “um cantor famoso morrerá”,  A cidade de São Paulo sofrerá com as chuvas, “o Brasil vai ter um ano difícil, mas vai melhorar e blá, blá, blá.

Nesta perspectiva os adivinhadores profissionais chovem no molhado fazendo profecias óbvias  do tipo:

1) Devido a Copa do Mundo os aeroportos brasileiros estarão em estado de petição miséria.

2) Morrerá um ator famoso.

3) Acontecerá mais um desastre natural no Brasil. Enchentes e deslizamentos afetarão o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

4) Um grande clube brasileiro será campeão do Brasil. 


5) A Organização da Copa do Mundo será alvo de muitas críticas

6) Israel e Palestina continuarão brigando entre si.

7) Coreia do Sul e Coreia do Norte continuarão sendo inimigas.

8) A violência continuará amedrontando os cariocas.

9) Neste verão aparecerá no cenário da música mais uma revelação musical.

10) Muita gente morrerá de fome na África

11) O Brasil não terá um campeão de Fórmula 1

12- O Vasco será vice campeão da série B e subirá para a série A.

Caro leitor, brincadeiras a parte, sou obrigado a confessar que me assusta o fato de que mesmo percebendo o embuste protagonizado pelos adivinhos profissionais, muita gente prefere o engano dos videntes a verdade. Além disso, vale a pena ressaltar que a  Bíblia proíbe a tentativa de adivinhação simplesmente porque  ela envolve o desejo ardente de obter conhecimento secreto daquilo Deus preferiu não revelar. "As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." DT 29:29

Ouso afirmar que esse desejo de obter conhecimento proibido tem suas raízes no primeiro pecado do homem. "Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gn 3:4-5 ) Satanás tentou Eva com um desejo de conhecer aquilo que Deus preferiu não revelar e assim transgrediu a fronteira entre o Criador e a criatura. Adão  e Eva sucumbiram a essa tentação trazendo sobre si bem como toda a  criação consequências terríveis.

Prezado amigo, as Escrituras consideram a adivinhação um pecado grave “Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniquidade de idolatria"  E os que cometem tais pecados são indesculpáveis diante de Deus, a não ser que sejam encontrados por Cristo e libertos mediante o  sangue vertido a favor dos eleitos na cruz pelos eleitos.

Pense nisso!

Renato Vargens


Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O MERCADO DE EVANGELHOS!

O MERCADO DE EVANGELHOS

mercadoPor Rodrigo Ribeiro
Embora seja inegável que exista muita diversidade entre os homens, certos elementos comuns estão presentes em todos, visto que são inerentes a própria humanidade. Estas características comuns tem origem na criação, e por isso ultrapassam as barreiras socioculturais. Um destes traços unificadores dos seres humanos é aquilo que Calvino chamava de sensu divinitatis (senso de divindade) e semen religionis (semente da religião), ou seja, todo o homem é inerentemente religioso.
Este conceito reformado tem amparado inegável nas Escrituras, pois Paulo na epístola aos Romanos (Rm 1.19-25) afirma categoricamente que Deus se revela na criação, de modo que todos os conhecem, mas os incrédulos simplesmente o rejeitam, adorando a criatura no lugar do criador, sendo, portanto indesculpáveis.
Deste modo podemos observar a semente da religião em todos os seres humanos, até mesmo no mais convicto e engajado ateu, visto que este indivíduo direciona toda a sua devoção e amor final para a sua ideologia ateísta, para o potencial humano (humanismo) ou até mesmo para si mesmo, sendo antes de tudo um idolatra.
É nesse sentido, tendo como pano de fundo o carácter essencialmente religioso dos homens, que o tem sido apresentado diversos paliativos para aplacar a inevitável necessidade de redenção que a lei moral inculcada no coração do homem teima em vindicar a todo instante (Rm 2.15). A prateleira de pseudos evangelhos não tem fim!
Para aqueles que localizam no cerne do problema humano a carência, temos um evangelho terapêutico-romântico, onde a salvação e a redenção do homem estão no amor. Qualquer canção com este conteúdo caminha para um inevitável sucesso. Este evangelho está em alta na nossa sociedade.
Por outro lado, alguns pensam que o principal problema do homem é a desigualdade social ou outras questões de carácter econômico e por isso direcionam a sua religiosidade para as ideologias políticas. Enquadram as categorias do reino de Deus em posições de esquerda e direita e morrem por projetos materialistas que dispensam a verdadeira redenção transcendental. Eis um evangelho político e ideológico.
Assim como o anterior, também temos outros paliativos para o impulso religioso do homem, como a busca desenfreada por prazer e a até o louco e frenético mundo dos shoppings centers, os templos do evangelho consumista. Compre, se satisfaça e assim seja feliz. O santo cartão de crédito irá nos redimir dos males existências, ou no mínimo nos entorpecer, mas no final do mês a fatura nos levará a nocaute mais uma vez. O evangelho do aqui e do agora é meramente temporário.
Diante deste cenário, em meio à imensa variedade de falsos evangelhos, qual o único reduto da verdade? De onde sairá à resposta uníssona e clara a respeito da salvação dos homens? Da igreja! De nenhum lugar mais poderá ecoar a mensagem de vida eterna. É no púlpito que o pecado deve ser apresentado como real problema do homem. As guerras, os problemas de relacionamento, a desigualdade e todo o restante são meros sintomas. O pecado é a doença e ele leva a morte. Ou melhor, já nos matou (Rm 6.23).
Só depois de identificar com precisão a doença, será possível buscar o medicamento correto: o evangelho de Jesus Cristo. Somente Nele o homem irá satisfazer seu impulso religioso de forma plena, em harmonia com o Pai, escapando assim da ira vindoura destinada aos idolatras, aos que se enveredam nos caminhos de morte dos falsos evangelhos (I Co 6.9-10).
Concluo essa reflexão com a solene lembrança das palavras do Dr. Martins Lloyd-Jones, que ao tratar deste assunto, afirmava que uma igreja que tem focado sua pregação em entretimento, questões de relacionamento ou análises políticas, em detrimento da pregação pura do evangelho, é como um médico que poupa seu paciente das dores com analgésicos, mas que não diagnostica seu paciente, que no fim das contas acaba morrendo achando que estava curado, pois não sentia mais dores. Qual seria nossa conduta diante de tal profissional?
A igreja não pode esquecer que ela é baluarte da verdade (I Tm 3.15)! Se nos calarmos, e buscarmos outros discursos que podem ser encontrados facilmente em outras instituições, negligenciaríamos as pessoas do único lugar em que podem encontrar o verdadeiro evangelho, a mensagem simples e louca de que o Filho de Deus, encarnou e morreu por pecados, ressuscitando para que eles fosse salvos pela graça mediante a fé (I Pe 2.18). Somente este Cristo é resposta para os anseios inatos do homem.
A igreja não pode se calar. Os púlpitos não podem abandonar as velhas verdades do evangelho. Em meio ao turbilhão de engodos, levantamos bem alto a bandeira de Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os homens(I Tm 2.5). Eis o evangelho verdadeiro! E para salvar aqueles que pertencem ao Pai nem precisa pexinxar ou gritar mais alto no mercado, basta ser fiel.
***

Rodrigo Ribeiro escreve no UMP da Quarta. Divulgação: Púlpito Cristão.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Igrejas em extinção?

Igrejas em extinção?




Em “A Igreja Autêntica”, John Stott escreve sobre os elementos essenciais da igreja cristã no meio da cultura contemporânea



Muitos prenunciam a “extinção” das clássicas formas de ser igreja. E o fazem porque entendem que as igrejas locais já não compreendem a cultura atual; viraram relíquia.

Se a Palavra de Deus é absoluta, o mesmo não podemos dizer sobre a cultura; esta muda sempre. Se algumas poucas igrejas estão preocupadas com isso, a maioria oscila entre o gueto e travestimento. Umas se isolam em regras religiosas, outras
mudam apenas por fora. E ainda há o tipo que se entrega precipitadamente à cultura, sem muitas diferenças.

A pergunta é: o que deve mudar e o que não deve mudar nas igrejas locais diante de uma cultura dinâmica, complexa e cheia de armadilhas?

John Stott foi um dos grandes defensores da unidade da igreja cristã, sem colocar em jogo os fundamentos da fé. Seus escritos fortaleceram (e fortalecem) a fé de muitos cristãos. Ele também estava preocupado com a identidade das comunidades cristãs em uma cultura pós-moderna.

A Igreja Autêntica foi escrito por Stott em 2007, mas só agora é publicado no Brasil. Ultimato e ABU Editora lançam, juntas, este livro com conteúdo equilibrado sobre a essência da igreja cristã em meio a um cultura efervescente e, ao mesmo tempo, com inúmeras encruzilhadas.

“O que precipitou essa avalanche de livros [sobre eclesiologia] é a sensação de que a igreja está cada vez mais fora de sintonia em relação à cultura contemporânea e que, a menos que se resolva em relação às mudanças, está fadada à extinção. É claro que ela não vai morrer, pois Jesus prometeu que nem os poderes da morte a vencerão. No entanto, estatísticas alarmantes nos alertam quanto à crise atual e a linguagem da mudança ‘sísmica’ reforça a situação”, dizia ele.

Se O Discípulo Radical – o último livro do autor - é um tipo de declaração das bases do discípulo de Jesus, A Igreja Autêntica, da mesma forma, mostra a essência “radical” das comunidades cristãs.

Sobre o autor

Conhecido no mundo inteiro como teólogo, escritor e evangelista, John Stott foi pastor da Igreja de All Souls, em Londres. Foi indicado pela revista Time como uma das cem personalidades mais influentes do mundo e escreveu mais de quarenta livros, entre os quais Por Que Sou Cristão, Cristianismo Básico, A Bíblia Toda, O Ano Todo, A Missão Cristã no Mundo Moderno e O Discípulo Radical, publicados pela Editora Ultimato.

Ficha técnica

Autor: John Stott Páginas: 176
Formato: 14x21
Código: 47.01
Preço: R$ 36,20


O livro em frases

O chamado da igreja é para desenvolver uma contracultura cristã.
***
Não somos só um povo cristão, somos também povo da igreja. Não estamos só comprometidos com Cristo, estamos também comprometidos com o corpo de Cristo.
***
O propósito divino não é de apenas salvar indivíduos isolados e com isso perpetuar nossa solidão, mas edificar sua Igreja, ou seja, convocar do mundo um povo para sua própria glória.
***
Seguir Jesus, rejeitar o dualismo [divisão sagrado-secular promovida pelo modernismo] e desenvolver uma comunidade deveriam caracterizar toda igreja.
***
Uma igreja viva é uma igreja que aprende.
***
O Espírito de Deus leva o povo de Deus a honrar a palavra de Deus.
***
A generosidade sempre foi uma característica do povo de Deus.
***
O modo como o Espírito Santo lida com a instituição da igreja é mais o de uma reforma paciente do que o de rejeição impaciente.
***
O cristianismo é uma religião alegre e cada culto deveria ser uma celebração.
***
Nossa adoração é uma resposta à palavra de Deus.

Saiba mais. Adquira o seu AQUI.


Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2013/12/igrejas-em-extincao.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Não Sou Totalmente contra o Natal!

Não Sou Totalmente contra o Natal

Como todos os cristãos em geral, eu sou contra a secularização do Natal, o comércio que se faz em torno da data, as festas e bebedeiras que ocorrem na época. Todos sabemos que Papai Noel, árvores de Natal, guirlandas, bolinhas brilhantes e coloridas, bengalinhas de açúcar e anjinhos pendurados nas árvores, nada disso faz parte do Natal. São acréscimos culturais e pagãos feitos ao longo dos séculos e certamente não pelos verdadeiros cristãos.

Por isto, acho que não deveríamos ter nos cultos de Natal qualquer desses símbolos, desde Papai Noel até a árvore. Há quem pense diferente. Ellen White, profetiza mor do Adventismo, ensinava que se deveria ter uma árvore de Natal no culto e que a mesma poderia ser enfeitada durante a celebração.
"Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto”. [1] 
Sou veementemente contra essa idéia.

Também sou contra fazer de 25 de dezembro uma espécie de dia “santo”. Para nós, há somente um dia “santo”, por assim dizer, que é o dia do Senhor, o domingo. A maioria dos cristãos esclarecidos sabe que a data 25 de dezembro foi escolhida depois do período dos apóstolos, por três razões: para substituir as celebrações pagãs da Saturnália, substituir as celebrações do solstício do inverno, quando era adorado o Sol Invicto e por ser a data de aniversário do imperador Constantino. Todos estão conscientes de que Jesus pode não ter nascido – e provavelmente não nasceu – nessa data. Ela é uma convenção apenas, aceita pela Cristandade desde tempos antigos.

Por causa dos abusos, dos acréscimos pagãos e do desvirtuamento do sentido, muitos têm se posicionado contra as celebrações natalinas no decorrer dos séculos. Posso entender perfeitamente seus argumentos. Um bom número de seitas, por exemplo, insiste que o Natal é uma festa pagã e que todos os verdadeiros cristãos deveriam afastar-se dela.

As Testemunhas de Jeová estão entre as que atacam de maneira mais ferrenha as festividades natalinas. Num artigo intitulado "Crenças e Costumes que Desagradam a Deus" as Testemunhas de Jeová argumentam:
"Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Ele nasceu por volta de 1° de outubro, época do ano em que os pastores mantinham seus rebanhos ao ar livre, à noite (Lucas 2:8-12). Jesus nunca ordenou que os cristãos celebrassem seu nascimento. Antes, mandou que comemorassem ou recordassem sua morte (Lucas 22.19,20)".[2] 
Todavia, considerando a rejeição aberta e agressiva que as Testemunhas de Jeová mantém contra a Encarnação e a divindade de Jesus Cristo, não se poderia esperar outra atitude deles.

Mais recentemente, igrejas e pregadores neopentecostais passaram a atacar duramente os cultos natalinos. Os argumentos são similares aos das seitas contra o Natal, só que com mais ênfase no caráter pagão-satânico do "bom velhinho". O ataque é resultado da visão dicotomizada de mundo que caracteriza muitos neopentecostais (não a todos, obviamente) e faz parte das críticas que fazem aos programas de Disney, às cartas de baralho, às mensagens satânicas subliminares em músicas de rock, etc., o que enfraquece bastante a força dos seus ataques ao Natal.

Os abusos e distorções também têm provocado reação contrária ao Natal de pastores e estudiosos reformados. Os argumentos são basicamente os mesmos empregados pelas seitas e pelos neopentecostais, sem que com isso queiramos comparar ou assemelhar esses grupos: falta de prescrição bíblica, incerteza da data exata do nascimento, origem pagã da festa e introdução de elementos pagãos ao longo do tempo.

Estou de acordo com as críticas feitas aos abusos e distorções. Todavia, acredito que precisamos jogar fora somente a água suja da banheirinha, e não o bebê. Penso que a realização de um culto a Deus em gratidão pelo nascimento de Jesus Cristo nessa época do ano, como parte do calendário de ocasiões especiais da Cristandade, se encaixa no espírito cristão reformado.

Além do que, alguns dos argumentos usados para a cessação total da realização de cultos dessa ordem não me parecem persuasivos.
       
Por exemplo, o argumento do silêncio da Bíblia, usado quanto às prescrições de comemorar o nascimento de Jesus, para mim não é definitivo. A Bíblia silencia quanto a muita coisa que é praticada nos cultos das seitas, dos neopentecostais e mesmo dos reformados. Eu sei que a celebração dos anjos e pastores na noite do nascimento de Jesus, bem como a atitude dos magos posteriormente, não são argumentos suficientes para estabelecermos cultos natalinos, mas pelo menos mostra que não é errado nos alegrarmos com o nascimento do Salvador.

Os argumentos de que os Reformadores, puritanos e presbiterianos antigos eram contra o Natal também não é final. A começar pela falibilidade das opiniões deles, especialmente em áreas onde as Escrituras não tinham muita coisa a dizer. Há muita manipulação das opiniões desses antigos heróis da fé pelos seus seguidores hoje (entre os quais me incluo, mas não na categoria de seguidor cego). Quando eles concordam, são citados. Quando discordam, são esquecidos. Aliás, não tenho certeza que Calvino era contra cultos em ocasiões especiais do calendário cristão. Ao que parece, ele era favorável.

A questão toda, ao final, é quanto ao calendário litúrgico, isto é, a validade ou não das igrejas reformadas realizarem cultos temáticos alusivos às datas tradicionais da Cristandade, como o nascimento de Jesus, sua paixão, morte e ressurreição, Pentecostes, etc. Nenhum Reformado realmente coloca 25 de dezembro como um dia santo, em mesmo pé de igualdade com o domingo. Trata-se de uma data do calendário litúrgico cristão, que pode ou não ser usado como uma ocasião propícia.

As grandes confissões reformadas consentem com o uso dessas datas. A Confissão de Fé de Westminster diz que
"... são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso." [3] 
Segunda Confissão Helvética de 1566, produzida sob supervisão de Bullinger, discípulo de Calvino, declara (XXIV): "Ademais, se na liberdade cristã, as igrejas celebram de modo religioso a lembrança do nascimento do Senhor, a circuncisão, a paixão, a ressurreição e Sua ascensão ao céu, bem como o envio do Espírito Santo sobre os discípulos, damos-lhes plena aprovação".

A velha Igreja Reformada Holandesa, no famoso Sínodo de Dort (1618-1619), adotou uma ordem para a igreja que incluía a observância de vários dias do calendário cristão, inclusive o nascimento de Jesus (art. 67). Isso mostra que, no mínimo, muitos Reformados eram favoráveis à celebração de datas especiais do calendário litúrgico cristão.

Por fim, creio, também, que a celebração do Natal no calendário cristão encaixa-se perfeitamente com a celebração dos grandes eventos da redenção pela oportunidade de esclarecer a doutrina da Encarnação (João 1.1-4,14). Afinal, o que deve ser celebrado não é simplesmente o nascimento de Jesus, mas a encarnação do Verbo de Deus, a vinda do Emanuel para a libertação do seu povo. Pode-se argumentar que esta doutrina (e outras quaisquer), podem ser ensinadas e celebradas regularmente pelo povo Deus, em qualquer domingo. Mas o argumento contrário também poderia ser usado: deveríamos parar de celebrar qualquer culto que não seja no domingo?

NOTAS

[1] Review and Herald, 11 de dezembro de 1879. Citado em http://www.cacp.org.br/Natal_e_os_adventistas.htm

[2] http://www.watchtower.org/t/rq/article_11.htm

[3] Confissão de Fé de Westminster, XXI, 5.

Fonte:http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/12/nao-sou-totalmente-contra-o-natal.html

Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!

Seguidores